Reitor da UFPB defende retorno imediato de aulas presenciais e insinua que protestos de estudantes têm conotação política: "De forma propositada"

Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta quinta-feira (10), o Reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Valdiney Gouveia, defendeu o retorno imediato das aulas presenciais na instituição.

Na sua justificativa, Gouveia disse que profissionais da educação foram vacinados contra a Covid-19 ainda nos grupos prioritários. Ele alegou que a falta das aulas presenciais causa um prejuízo para o ensino e afirmou que a instituição está capacitada sanitariamente para esse retorno.

Perguntado acerca de quem estaria ‘atrasando’ o retorno, Valdiney citou que “colegas” estão receosos com a possibilidade de um repique de contaminação. “Nós precisamos entender que é um contexto de pandemia e alguns colegas estão discutindo sobre essa possibilidade, falou.

“Essa é uma decisão pautada pelo colegiado. Eu sou um dos membros e presido o Consepe [Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão] e já estou declarando aqui que meu voto é favorável às aulas presenciais. Só que eu sou um voto”, explicou.

O reitor explicou ainda que existe uma proposta, apresentada pelo Consepe, da retomada das aulas totalmente presenciais para 21 de março, excluindo a obrigatoriedade da presença àqueles alunos amparados por lei.

Sobre o passaporte da vacinação, Valdiney disse que não pode exigir algo que “o lastro jurídico não me ampare”. Ele, no entanto, se demonstrou favorável à exigência, desde que venha por parte do ente responsável.

“Enquanto não houver essa determinação, o STF [Supremo Tribunal Federal] já determinou que a autoridade máxima em termos de pandemia é a autoridade local, leia-se os prefeitos e o governador. Se o governador da Paraíba por exemplo determinar que todas as instituições públicas e privadas adotem o passaporte vacinal, no mesmo dia estaremos adotando”, finalizou.

Protestos de hoje

Sobre os protestos que ocorreram na manhã desta quinta-feira, Valdiney afirmou que não existem ‘conflitos’ com os alunos da universidade, mas disse que existe um movimento proposital, de cunho político, para que “se crie um embate com o reitor em qualquer que seja a polêmica”.

“O que existe de forma, eu entendo até de forma propositada, por questões outras que extrapolam os muros da universidade, com orientações políticas diversas, que se crie um embate com o reitor em qualquer que seja a polêmica […]. Não existe esse conflito que foi falsamente criado”, avaliou.

Reformas estruturais

O reitor também falou que quando assumiu a reitoria da UFPB, a instituição contava com cerca de 50 obras paralisadas, tendo muitas delas sido retomadas. Uma das que estão em andamento diz respeito ao Hospital Universitário Lauro Wanderley.

Segundo Valdiney, a unidade hospitalar receberá reformas estéticas, na ala de cirurgias e novos equipamentos.

Concurso

O reitor ainda disse que no segundo semestre de 2022 está previsto para acontecer um concurso para professores, mas sem dar muito detalhes de áreas ou número de vagas. Por último, afirmou que existe a possibilidade, para 2023, de um certame para servidores técnicos-administrativos.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba