Sem solução

CALOTE DE BRENO TOLEDO: Polícia Federal está perto de concluir inquérito sobre golpe de casa de câmbio em CG; vítimas protestam

Está em fase de conclusão um inquérito da Polícia Civil para apurar um suposto golpe de uma casa de câmbio, em Campina Grande, contra dezenas de pessoas da cidade, que foram lesadas pela empresa em 2019.

Estão em fase de conclusão as investigações da Polícia Civil para apurar um suposto golpe de uma casa de câmbio, em Campina Grande, contra dezenas de pessoas da cidade, que foram lesadas pela empresa em 2019. Conforme as investigações em andamento, as vítimas compravam moedas internacionais ao responsável pelo estabelecimento. A empresa, então, recebia o pagamento, mas não realizava a entrega dos valores na moeda estrangeira. Um ano depois, o proprietário da empresa, Breno Toledo, ainda não foi localizado pela polícia.

Conforme os relatos das vítimas, em entrevista ao Polêmica Paraíba, o dono da casa de câmbio ‘Bora Câmbio’ oferecia as moedas internacionais por um preço menor que o de mercado, mas passou a não entregar os valores prometidos. As vítimas descobriram, depois, que dezenas de outras pessoas também foram lesadas e que o suposto golpe pode ter chegado a R$ 3 milhões. Um ano depois, muitas dessas pessoas ainda não receberam nenhum valor perdido.

Uma dessas vítimas foi Matheus Gonzaga, que teve prejuízo de R$ 9.400, e nunca foi ressarcido, nem mesmo depois de iniciadas as investigações. “O sentimento é horrível. A gente confiou porque ele tinha uma casa de cambio com CNPJ e local fixo aqui em Campina. Ele fugiu com mais de R$ 3 milhões de reais no total, simplesmente sumiu do mapa. A família dele que está em Campina Grande ainda, finge que nada aconteceu e não dão notícias sobre o paradeiro dele”, criticou.

“O sentimento é de que o cara roubou milhões e nada vai acontecer com ele, que vai ficar por isso mesmo, pois já faz mais de 1 ano”, acrescentou a vítima.  Na última semana, um grupo de vítimas decidiu acionar, também, a Polícia Federal contra a empresa, que fechou as portas no primeiro semestre do ano passado.

Outra vítima, que não quis se identificar, lamentou o suposto golpe, que ocorreu quando ela usou os serviços da empresa antes de uma viagem planejada. “Não recebi nem retorno nem conversa. O meu eram valores reduzidos, mas tem valores muito maiores, tem de 50, 100 mil, depende da pessoa”, lembrou.

Investigações

Proprietário da empresa Bora Câmbio, Breno Toledo.

Segundo o delegado adjunto da Delegacia de Defraudações de Campina Grande, Erissandro Andrade, no âmbito da Polícia Civil a demora na conclusão do caso ocorreu, também, por causa da pandemia do novo coronavírus. Ele esclareceu que são cerca de dez inquéritos sobre o mesmo caso, já que muitas pessoas form lesadas. “Está em fase de conclusão, a questão é a seguinte, depois da pandemia, os inquéritos estão parados, mas eu creio que está bem próximo de ser concluído. A última coisa que falta, basicamente, é a o interrogatório dele, mas certamente não será feito porque ele não vai se apresentar a gente não sabe do paradeiro dele”, disse o delegado.

De acordo com Erissandro Andrade, diante do impasse com a ausência do proprietário da empresa, é o Judiciário que determinará as medidas cabíveis. Ele ressaltou que a Justiça já teve acesso às investigações. “O inquérito já foi judicializado, existe um processo criminal em andamento, então vamos concluir, fazer o relatório e encaminhar ao Judiciário”, acrescentou.  “A maioria das pessoas lesadas tiveram prejuízos de R$ 10  a R$ 20 mil”, lembrou o delegado.

Erissandro Andradre ressaltou, também, que independentemente do inquérito, o ressarcimento dos danos ocorre mediante a outras ações judiciais. “A ação de indenização, de ressarcimento do dano, ela tramita independentemente do inquérito, aí é mediante ação judicial com advogado, vai depender do que o juiz pedir, sequestro de bens, bloqueio de contas”, lembrou.

O Polêmica Paraíba ligou para o advogado de defesa de Breno Toledo, que não atendeu as ligações até o fechamento da reportagem.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba