Levantamento

POLÍTICA E FÉ: candidatos usam título de 'pastor' na disputa por uma cadeira na Câmara de Campina Grande

Quatro candidatos ao cargo de vereador nas eleições municipais de Campina Grande utilizam o título religioso de 'pastor' na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal da cidade. A informação consta no sistema DivulgaCand, da Justiça Eleitoral.

Quatro candidatos ao cargo de vereador nas eleições municipais de Campina Grande utilizam o título religioso de ‘pastor’ na disputa por uma cadeira na Câmara da cidade. A informação consta no sistema DivulgaCand, da Justiça Eleitoral. O número é pequeno em relação ao universo total de candidaturas, que chega a 481, mas revela um fenômeno que ocorre em todo o país.

O número em 2020 é menor do que o registrado em 2016, quando seis candidatos utilizaram o título religioso. Um dos candidatos disputa a reeleição no município. Já na Capital,  das mais de 600 candidaturas, pelo menos 13 nomes carregam o título de pastor, padre ou bispo. O número é quase o dobro do que foi registrado no pleito 2016, quando 7 pessoas utilizaram a alcunha religiosa.

Disputam uma vaga em na Câmara de Campina Grande os pastores Adriano Índio (MDB), José Deoclécio Bezerra (Cidadania), Josimar Henrique (Republicanos) e Luciano Breno (PP), que disputa a reeleição.

Protestantes deixaram de ser minoria invisível no Brasil, como ocorria no século passado, e alcançaram visibilidade pública com o aumento na quantidade de fiéis, que segundo especialistas já alcança 30% da população brasileira. Segundo institutos de pesquisa como o Datafolha, eles foram responsáveis, em grande medida, pela eleição de Jair Bolsonaro em 2018. No Congresso, a bancada evangélica já é uma das maiores.

Por causa do aumento verificado nas estatísticas, naturalmente, estima-se que haja um crescimento da representatividade desse setor nas Câmaras municipais este ano. A utilização do título de pastor, padre, bispo ou qualquer outro título religioso pode ajudar, mas nem sempre garante êxito perante os eleitores.

Apesar de serem fiéis também no voto, parte considerável da população evangélica vê com desconfiança a presença de sacerdotes na disputa, preferindo votar em nomes que pertençam à religião mas que não exerçam cargos eclesiásticos.

O pastor Renato Vargens, que participou recentemente da Consciência Cristã em Campina Grande, um dos líderes mais influentes do meio protestante no Brasil, fez uma crítica aos sacerdotes que deixam a missão pastoral para ingressar na política partidária.  “Que tristeza ver “ministros do evangelho” trocando o ministério por um cargo público. Faço minhas as palavras do notável Billy Graham que quando convidado a concorrer à presidência dos EUA disse: “por acaso eu trocaria o meu ministério por um cargo como esse?”, escreveu.

A seguir, confira levantamento sobre o mesmo tema sobre a disputa na Capital.

PASTOR, PADRE E BISPO: quase dobra número de candidatos com títulos religiosos na disputa pela CMJP

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba