mortes na Paraíba

Paraíba enfrenta crise de feminicídios em 2023 e delegada revela estratégias para conter a violência contra mulheres - CONFIRA

Dados divulgados pela Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba revelaram um aumento preocupante nos casos de feminicídios entre os anos de 2021 e 2023. De acordo com informações obtidas pelo Polêmica Paraíba, o período de janeiro a setembro de 2021 registrou 23 casos, enquanto em 2022 foram 20, e em 2023, o número saltou para 24 casos.

Foto: Marcelo Júnior/ Polêmica Paraíba

Dados divulgados pela Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba revelaram um aumento preocupante nos casos de feminicídios entre os anos de 2021 e 2023. De acordo com informações obtidas pelo Polêmica Paraíba, o período de janeiro a setembro de 2021 registrou 23 casos, enquanto em 2022 foram 20, e em 2023, o número saltou para 24 casos.

Contrastando com esse cenário alarmante, os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) contra mulheres apresentaram uma queda notável de 25% no mesmo período comparativo. Entre janeiro e setembro de 2022, a Paraíba registrou 65 casos de CVLI, enquanto em 2023 foram registrados 49 casos.

O mês de janeiro se destacou como o mais violento para as mulheres, com nove assassinatos, incluindo quatro feminicídios. Setembro seguiu com sete mortes no total, cinco delas enquadradas como feminicídios.

O Polêmica Paraíba buscou esclarecimentos junto à Delegacia da Mulher e conversou com a delegada Maria Sileide de Azevêdo para compreender os motivos desse aumento e quais medidas estão sendo adotadas para reverter essa tendência preocupante.

A Delegada enfatizou que o feminicídio representa o ápice de um ciclo de violência, frequentemente iniciado de forma sutil, mas que pode evoluir rapidamente para agressões físicas e, por fim, resultar na morte da mulher. Destacou também a urgência em interromper esse ciclo e anunciou a intensificação das políticas de enfrentamento à violência doméstica. Isso incluirá ações educativas, ampliação da divulgação sobre a Lei Maria da Penha e o direito da vítima buscar ajuda nas delegacias.

Maria Sileide de Azevêdo salientou que a chegada de novos policiais, provenientes da primeira turma do curso de formação da Polícia Civil, e a instalação de novas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) são passos cruciais para fortalecer o atendimento especializado às mulheres vítimas de violência.

“O governador João Azevedo já anunciou o compromisso com a instalação de mais DEAMs no Estado, evidenciando a importância do esforço conjunto para enfrentar essa triste realidade que assola a Paraíba. O trabalho educativo, informativo e o reforço na estrutura policial são peças-chave na luta pela segurança e integridade das mulheres no estado”, informou a delegada.

Sileide destacou ainda, que a partir do momento em que a vítima chega a uma Delegacia, além dos procedimentos legais, como a instauração de Inquérito Policial e a solicitação de Medidas Protetivas, as vítimas são encaminhadas para atendimento na Rede Estadual de Atenção às Mulheres Vítimas de Violência da Paraíba (Reamcav), o que pode significar acompanhamento psicológico, inclusão em programas habitacionais, reinserção no mercado de trabalho, entre outras demandas, de acordo com a necessidade de cada vítima.

A delegada acredita que a conscientização precisa ser intensa e ininterrupta, pois através de ações educativa em universidades e escolas, crianças e jovens aprendem sobre a Lei Maria da Penha, e como agir em caso de violência doméstica.

“Acreditamos que o trabalho de conscientização precisa ser ininterrupto, ao longo de todos os meses do ano, por meio de amplas campanhas educativas, inclusive, em universidades e escolas, uma vez que as crianças e os jovens também precisam ter o conhecimento da Lei Maria da Penha, entendendo que a mulher não pode e não deve viver em situação de violência e que há portas de saída desse ciclo da violência. Assim, eles podem agir como multiplicadores de informações e, até mesmo, denunciar situações que venham a ter conhecimento, seja em seu próprio lar ou envolvendo pessoas que nem conhecem”, acrescentou.

Maria Sileide enfatizou que qualquer pessoa pode denunciar de forma anônima, através do Disque 180 e disque 197. Caso a violência esteja ocorrendo naquele momento, deve-se ligar para o 190, a fim de que a Polícia Militar execute a intervenção imediata, efetuando a prisão em flagrante.

“Precisamos ressaltar ainda que sociedade como um todo, homens e mulheres, precisam atuar no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher, porque a gravidade desse problema clama pelo envolvimento de todos. Neste exato momento, há muitas mulheres sofrendo em silêncio, sem condições de denunciar, então, é preciso que a sociedade compreenda que também tem esse dever. É preciso denunciar, interromper a violência, antes que seja tarde demais”, finalizou a delegada, Maria Sileirde.

 

 

Fonte: Adriany Santos
Créditos: Adriany Santos