O escritor Sérgio Abranches foi um dos participantes do Festival Literário de Bananeiras, organizado pela prefeitura da cidade. Neste sábado (27), ele criticou as ‘turbulências planetárias’ no que tange à pauta ambiental e às políticas que prejudicam a natureza, e acrescentou que, nesse contexto, a sociedade não deve perder a esperança. “Esse é o último suspiro do dinossauro”, opinou.
Abranches, que também é colunista da CBN, comentou o conceito de democracia no ambiente digital, e defendeu a liberdade proporcionada pelas redes sociais. “São redes de indignação, mas também são redes de esperança, pois, ao contrário do que se diz, a comunicação tradicional não está morrendo, ela está mudando, e ela está lutando para sobreviver porque o seu modelo de negócios está sendo contestado pela comunicação digital, que aumenta muito a participação da comunidade. Mas por outro lado, ela é fundamental exatamente para a checagem das fake news. Isso é típico da transição. Nós não sabemos o que fazer para que a rede seja 100% positiva. Não temos resposta para isso’, apontou.
Apesar de criticar as fake news, Abranches destacou a oportunidade do diálogo proporcionada pela internet, e defendeu um conceito de ‘muno digital’ em que há democracia. “Esse mundo digital é o único que de fato coloca na nossa mão a possibilidade de ter uma democracia inclusiva e participativa. É a única forma de termos uma conversação coletiva, igualitária, para discutir os grandes temas, que complemente as deficiências da representação tradicional. É a primeira vez. É o único instrumento que nós temos. Então, essa conjugação do jornalismo sério, investigação, que derruba os mitos e as histórias inventadas, e a possibilidade de abrir o diálogo para todos, é fundamental. E isso vai ser o futuro da política”, considerou.
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Abrantes convidado para participar da mesa redonda sobre ‘Análise e perspectiva do Brasil contemporâneo’, ao lado de Mirian Leitão. A discussão foi mediada pelo jornalista Laerte Cerqueira, da TV Cabo Branco, afiliada à Rede Globo em João Pessoa. “Eu nunca achei que Paraíba fosse um nome feio, Paraíba é nome bonito, Paraíba é elogio. Eu precisava dizer claramente que eu senti na hora que foi uma reação tão forte que eu tive. Engraçado que, no mesmo dia ele fez um ataque a mim e um ataque ao Nordeste. Eu disse, bom, eu e o Nordeste, está escrito nas estrelas”, declarou a jornalista, sob aplausos.
O evento
O Primeiro Festival Literário de Bananeiras, organizado pela Prefeitura de Bananeiras, tem como objetivo estimular literatura local e prestigiar nomes estaduais e nacionais, promovendo também a cultura e o turismo da região. Na programação, constam nomes como a jornalista Míriam Leitão, a cientista política Mônica Sodré e o escritor Laurentino Gomes, entre outros. A programação do evento é gratuita e conta com oficinas, lançamento de livros, contação de histórias, saraus, mesas redondas e outras atividades.
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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba
