eleições 2022

“União Brasil” foca no Legislativo e Efraim tem consenso na Paraíba

De olho em 2022 e com um fundo eleitoral orçado em quase R$ 1 bilhão, o “União Brasil”, partido que está em fase de criação, oriundo da fusão entre o Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL), terá como foco principal as eleições ao Legislativo e a governos estaduais. Na Paraíba, o deputado federal Efraim Filho, do DEM, tem consenso para ser candidato ao Senado, de preferência pelo esquema do governador João Azevêdo (Cidadania), que até o momento não definiu posição a respeito. Em último caso, Efraim poderá se lançar em faixa própria. O apoio do PSL local está assegurado, conforme o deputado federal Julian Lemos, presidente da legenda. Faltam alguns acertos sobre candidaturas proporcionais, mas as cúpulas dos dois partidos procuram aparar arestas e promover o entendimento.

A meta maior, afinal, é o fortalecimento da nova legenda. O presidente da futura sigla, Luciano Bivar, em entrevista ao site “Congresso em Foco”, afirmou que as conversas sobre a corrida presidencial ainda estão em fase de costura e que a preocupação, neste momento, é construir as bases para formar uma bancada representativa e eleger governadores. “Nós estamos nos amoldando. Não só o União Brasil, mas também o PT. Nenhum dos partidos tem certeza de quem será seu candidato”, opinou Bivar. Ainda de acordo com o presidente, a legenda terá como tom de discurso a reestruturação econômica do país e se pautará pelo viés liberal e por projetos sociais. “Nós pretendemos ter uma pauta efetivamente liberal, mas dentro de um estado público onde caiba todos os programas sociais. Isso é a razão de ser União Brasil. Liberal não só na política, mas nos costumes e na economia”, adiantou Luciano Bivar.

A expectativa é de que o novo partido tenha a homologação definida em fevereiro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Visamos fortalecer a presença do partido pelo Brasil para que assim possamos viabilizar a retomada da economia através do resgate das pautas liberais e sociais que o partido tanto vem defendendo. É claro que a eleição presidencial faz parte de tudo isso, mas ela representa apenas um braço de todo o projeto que o União Brasil tem para o nosso país”, endossou o deputado Bozella, atual líder do PSL na Câmara. O novo partido ainda vislumbra a possibilidade de compor uma chapa com o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, filiado ao Podemos. Dirigentes do União pretendem lançar um nome para ser vice de Moro em 2022, mas não há consenso firmado. Entre os cotados para assumir o posto estão o próprio presidente da sigla, Luciano Bivar, e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Os partidários do Podemos e do União devem se reunir na primeira quinzena de janeiro para que haja novas negociações acerca da possível chapa ou apoio nas eleições. Mandetta chegou a se lançar pré-candidato ao Planalto pelo DEM, mas acabou desistindo da corrida.

O “União Brasil”, atualmente, congrega a maior bancada de deputados na Câmara, com 81 parlamentares. Isso porque em 2018 o partido do PSL foi abrigo do presidente Jair Bolsonaro e formou cerca de 52 deputados. Antes, a sigla só contava com um parlamentar na Casa, enquanto o Democratas elegeu mais oito cadeiras e passou para 29 deputados. A projeção para 2022 é de que o União Brasil espera eleger pelo menos 70 deputados federais e oito senadores. O tamanho das bancadas eleitas na Câmara é o que define a distribuição de recursos públicos para as campanhas eleitorais. Sendo assim, o “União” também será o maior beneficiado com verba para investir nas eleições de 2022 – ao todo, a soma chega a quase R$ 1 bilhão dos fundos eleitoral e partidário. O montante refere-se aos R$ 604 milhões do PSL e aos R$ 341,7 milhões do DEM.

Apesar da alta expectativa para as eleições do próximo ano, o partido ainda prevê uma debandada de filiados quando abrir a janela partidária, período de mudança de partido, para seguir o chefe do Executivo, uma vez que não irá apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro, recentemente filiado ao Partido Liberal (PL). O “União” também não descarta a possibilidade de formar federação com outras siglas. “É possível que alguns partidos que queiram federar-se conosco sejam bem-vindos. Tenho boas conversas com o Baleia Rossi (MDB) e tenho admiração pela Simone Tebet e por todas aquelas grandes lideranças do MDB”, disse Luciano Bivar. Outro foco da legenda está nos Estados. O “União” pretende firmar entre 10 a 12 candidatos a governos estaduais em 2022, alguns à reeleição. Entre eles, Ronaldo Caiado, em Goiás, ACM Neto na Bahia e Capitão Wagner, no Ceará.

O deputado federal paraibano Efraim Filho é um entusiasta da fusão entre o Democratas e o Partido Social Liberal, observando que o “União Brasil” tem todas as condições para situar-se como alternativa no espectro político-partidário brasileiro e chances de avançar para uma posição de protagonismo que, futuramente, envolva a conquista da própria presidência da República. Ele salientou que a ideia de fusão resultou, inclusive, do processo de fragmentação que vinha assinalando o sistema partidário no Brasil, dificultando a assimilação de propostas e de bandeiras por parte do eleitorado em consequência da pulverização ou proliferação excessiva de siglas partidárias. “Evidentemente estamos numa fase de construção. Mas as perspectivas sinalizam que poderemos oferecer uma inestimável colaboração ao aperfeiçoamento do processo político-partidário brasileiro, e não mediremos esforços para que esse desideratum seja alcançado”, expressou o parlamentar do Democratas.

Fonte: Os guedes
Créditos: Polêmica Paraíba