SEGURANÇA: Se Cláudio Lima continua é sinal da confiança e consciência de que, dentro dessa realidade, a tarefa foi cumprida. - Por Laerte Cerqueira

Como esperamos que o governo culpe menos a imprensa e “os adversários” quando são divulgados os graves problemas a enfrentar como violência rural, violência em cidade pequenas, déficit das polícias Civil e Militar, falta de instituições públicas de recuperação de dependentes químicos.

Desafio da segurança

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No último domingo, critiquei aqui neste espaço a postura do governo, que, diante das mais de vinte de mortes em 48 horas do período natalino, não se pronunciou, oficialmente. No meu ponto de vista, avaliou mal a dimensão daquele “fenômeno” digno de países em conflito. Coronel Euller Chaves, comandante da PM, foi para o “front” e tentou explicar o que estava acontecendo, registrou as ações que o governo estava fazendo e faz para evitar as mortes e combater a criminalidade. Cumpriu bem a tarefa. Mas aquele momento era preciso mais. E foi essa a avaliação feita.
Não quis aqui fazer análise da política de segurança. Não sou especialista na área, nem sou detentor das informações para isso. Mas jornalista e questionador. Diante do tal “fenômeno”, o que questionei foi a postura “silenciosa” das autoridades. Era uma “crise”, a população se assusta com essas mortes em sequência; a imprensa, inevitavelmente, divulga e ninguém se pronunciou com a “pompa” necessária para tranquilizar a população. Aliás, mais do que isso: devia ter usado a imprensa como aliada, que iria, com certeza, cobrir operações, blitzen, ações nas comunidades. O efeito disso é uma população percebendo que diante do tal “fenômeno”, o estado tinha total controle. Mas as pessoas não sentiam isso.
Ao redor desse problema pontual, que acentua nosso medo da violência, é importante registrar os números da segurança que têm, de alguma forma, evitado um cenário pior. Números que só tive acesso esta semana e que é justo registrar. Por exemplo, nos últimos quatro anos, a polícia prendeu mais de mil integrantes de quadrilhas especializadas; 10.384 armas de fogo foram apreendidas, bem como sete toneladas de droga. Nas comunidades mais violentas, foram implantadas 18 Unidades de Polícia Solidária. Foram criados ainda, segundo governo, um Sistema Estadual de Inteligência de Segurança e várias delegacias especializadas.
Vale registrar também que mais de 500 concursados da PM devem ser chamados. Entre os resultados, também comemorados, pelo menos até no ano passado, está a interrupção da escalada de uma década de crescimento no número de homicídios. De fato, segundo o último Mapa da Violência, entre 2002 e 2012, o número de assassinatos na Paraíba mais que dobrou. Nos últimos dois anos, houve queda de mais de 6%. Mas o índice de 39 mortes por cada 100 mil habitantes ainda coloca o estado entre os 10 mais violentos do país.
Na última quarta-feira, o governo anunciou que o secretario de Segurança Cláudio Lima fica no cargo. Sinal da confiança e consciência de que, dentro dessa realidade, a tarefa foi cumprida. A aposta é que após essa primeira fase de “reestruturação”, com aquisição de munições, viaturas, armamento, coletes, construção nas novas centrais, Academia de Polícia, Instituto de Polícia Científica, helicóptero, o Programa Paraíba Unida pela Paz se fortaleça. Esperamos.
Como esperamos que o governo culpe menos a imprensa e “os adversários” quando são divulgados os graves problemas a enfrentar como violência rural, violência em cidade pequenas, déficit das polícias Civil e Militar, falta de instituições públicas de recuperação de dependentes químicos. É honroso admitir os problemas e pedir ajuda à sociedade para enfrentá-los. A imprensa tem um papel fundamental nisso, como divulgadora, fiscalizadora e não será benéfica como palanque governamental.
Estranho
Sem alarde, a Câmara Municipal de João Pessoa realizou, no último dia do ano, a solenidade de posse da nova mesa diretora para o biênio 2015/2016. Entranho a maneira que foi feita.

Termos
A posse foi liderada pelo presidente Durval Ferreira (PP), que convocou os membros a ocuparem seus devidos lugares na mesa e depois assinaram os termos de posse.

Nova
A nova mesa diretora teve duas mudanças. O vereador Felipe Leitão (SD) substitui a vereadora Raíssa Lacerda (PSD) na segunda vice-presidência e o vereador Luís Flávio (PSDB) assume a segunda secretaria no lugar da vereadora Eliza Virgínia (PSDB).

Substituição
Houve mudança também na Ouvidoria. O vereador Marmuthe (SD) foi substituído pelo vereador João Almeida, também do SD, e será responsável por ouvir a população.

 

Mudanças

Os destaques da quarta leva de secretários anunciados pelo governador Ricardo Coutinho foram Wagner Dorta, que assume a Secretaria de Administração Penitenciária, no lugar de Walber Virgulino, e a indicação de Lucélio Cartaxo para dirigir a Companhia Docas da Paraíba. A mudança no setor penitenciário deixou algumas pessoas surpresas por Virgulino estava fazendo um bom trabalho. Talvez a troca seja uma tentativa de dar mais “oxigênio” e evitar o desgaste. Talvez. Agora, é saber para onde Walber vai.
Mais perto
A ida de Lucélio para o porto o aproxima de Cabedelo. Ele afirma que não tem pretensões políticas na cidade, mas não custa nada ficar por lá e, ainda, na área de transporte, onde já atuou.

Culto
O culto ecumênico da posse do governador Ricardo Coutinho foi menos concorrido do que “poderia”. Não é para menos, depois de uma noite de um réveillon só quem se sentia obrigado foi pra lá.

Presença
A celebração contou com a participação de vários deputados estaduais do novo mandato. Entre eles, Estela Bezerra e Hervázio Bezerra. Além dos novos secretários e os que foram mantidos na reforma administrativa, como Cláudio Lima.

Votaria
O governador RC se posicionou, publicamente, sobre a eleição da Mesa Diretora da AL. Na entrevista no ato ecumênico, disse que “Votaria com tranquilidade” (em Adriano Galdino).