Opinião

RAPIDAMENTE. Ladeira São Francisco: o caminho inicial por onde a cidade subiu - Por Sérgio Botelho

Estabelecido o acordo com os índios, em 5 de agosto de 1585, os portugueses deram por fundada a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves. Mas apenas em dezembro do mesmo ano é que a cidade começou a ser efetivamente erguida. Os primeiros prédios e vias foram construídos ali mesmo, à margem do Sanhauá, onde as gentes precursoras se introduziram. Nesse sentido, ergueram-se no local casas de moradia, armazéns e outros prédios com funções administrativas e de defesa. Contudo, antes que o calendário virasse para o Século XVII, várias ordens religiosas aportaram no Varadouro e subiram relevo acima para edificação de seus abrigos.

Foto: Internet

Estabelecido o acordo com os índios, em 5 de agosto de 1585, os portugueses deram por fundada a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves. Mas apenas em dezembro do mesmo ano é que a cidade começou a ser efetivamente erguida. Os primeiros prédios e vias foram construídos ali mesmo, à margem do Sanhauá, onde as gentes precursoras se introduziram. Nesse sentido, ergueram-se no local casas de moradia, armazéns e outros prédios com funções administrativas e de defesa. Contudo, antes que o calendário virasse para o Século XVII, várias ordens religiosas aportaram no Varadouro e subiram relevo acima para edificação de seus abrigos.

Começava a tomar forma naquele espaço geográfico vazio de construções de pedra e cal uma urbe em dois planos, na relação com o rio, e que, na parte de cima, logo abrigou não somente os prédios religiosos como os administrativos e mais casas. Para cumprir o trajeto entre o núcleo original de fundação da cidade, lá embaixo, e os novos ambientes de prédios e vias, lá em cima, o caminho utilizado foi o da Ladeira São Francisco. Imediatamente no topo do caminho aberto pelos fundadores estava se erguendo justamente a logística franciscana. À direita, a igreja matriz de Nossa Senhora das Neves, o conjunto dos beneditinos, da Ordem Carmelita, da Santa Casa de Misericórdia e dos jesuítas. A partir dessas construções foram surgindo, ainda facilitadas pela Ladeira, as novas vias da cidade, como a rua Nova (atual General Osório), que iniciava em frente à igreja matriz e passava defronte ao conjunto dos beneditinos.

Paralelamente, foi traçada e ocupada a rua Direita (atual Duque de Caxias), com início em frente ao conjunto dos franciscanos, passando defronte à Igreja da Misericórdia (da Santa Casa) e terminando no grupamento dos jesuítas, hoje Palácio do Governo e Faculdade de Direito. Também prédios administrativos na altura da atual Praça Rio Branco. Mais abaixo, para o leste, paralela à rua Nova e à Direita, pintava o largo do conjunto da Ordem Carmelita, que ia se erguendo (onde hoje fica a Praça Dom Adauto).

Portanto, a ladeira São Francisco cumpriu, justo na largada da atual cidade de João Pessoa, um papel fundamental na ligação do núcleo urbano inicial, à beira do Sanhauá, com o da cidade alta, a desenhar aquele presente e o futuro de nossa querida capital paraibana. Tem muita história a Ladeira de São Francisco, pelo que se vai conhecendo do nosso patrimônio físico e humano, sendo, assim, de elevada importância para a consolidação física da então Filipéia de Nossa Senhora das Neves.

Na sequência, acabou sendo bastante auxiliada em sua função pela Rua da Areia, pela Ladeira da Borborema e pela Ladeira da Misericórdia, ainda nos primeiros tempos. Mas, aí, já são outras mais as histórias a serem contadas.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba