Opinião

RAPIDAMENTE. Casa da Pólvora: de construção para a guerra a espaço cultural - Por Sérgio Botelho

Hoje, a Casa da Pólvora não é apenas um monumento arquitetônico, mas um estimado centro da arte e da cultura pessoense. A estrutura composta de blocos de pedra, que outrora servia como baluarte de defesa, agora resguarda imagens da cidade eternizadas no Museu Fotográfico Walfredo Rodrigues.

Foto: Internet

Hoje, a Casa da Pólvora não é apenas um monumento arquitetônico, mas um estimado centro da arte e da cultura pessoense. A estrutura composta de blocos de pedra, que outrora servia como baluarte de defesa, agora resguarda imagens da cidade eternizadas no Museu Fotográfico Walfredo Rodrigues.

Ademais, por abrigar eventos culturais, exposições e apresentações de arte, seus espaços são frequentemente ocupados por muita gente da terra, mesmo. Mas também por visitantes de todas as partes do Brasil e do mundo, já que integra os tradicionais roteiros turísticos da capital paraibana. A Ladeira de São Francisco, primeira via da Filipeia de Nossa Senhora das Neves, dessa forma construída para ligar a cidade baixa à alta, foi o local escolhido para a construção. Partindo do sítio onde teve início a atual capital paraibana, a ladeira termina no Complexo Religioso de São Francisco, dando acesso também à Basílica de Nossa Senhora das Neves.

A Casa da Pólvora integrava o sistema de defesa de Parahyba. Para isso, oferecia uma vista privilegiada do vale do rio Sanhauá, onde estava o Porto do Capim, na região até hoje conhecida como Varadouro. O porto se constituía, como todos sabem, o único acesso à cidade, necessitando ser estrategicamente protegido durante a construção da capital paraibana. Portanto, ainda hoje mantendo aquela singular vista panorâmica do Sanhauá, onde surgiu a cidade de João Pessoa, a Casa da Pólvora se destaca no cenário urbano.

Além disso, tornou-se um símbolo de como a cidade conseguiu valorizar e preservar boa parte de sua herança cultural. O projeto da Casa da Pólvora e Armamento, na então cidade de Parahyba do Norte, teve dificuldades para ser aprovado. Consta em registros do I Patrimônio que o obstáculo, de cunho burocrático, começou em 1693, durante o reinado de Dom Pedro II, o Pacífico, em Portugal. Em 1704, ainda sob a mesma coroa, a construção foi iniciada, por ordem da irmã do rei, a regente Dona Catarina, já que o monarca se achava em missão de guerra. Fernando de Barros e Vasconcelos era o governador geral da Paraíba na época. Contudo, a conclusão da obra só aconteceu em 1710.

Então, 17 anos após a sua concepção, agora, quando Portugal vivia sob o reinado de Dom João V, o Magnânimo, enquanto João da Maia da Gama, um destemido guerreiro português, se ocupava do governo geral da Paraíba. Rapidamente, eis a história da nossa querida Casa da Pólvora.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba