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Os elementos do triângulo amoroso entre Putin, Bolsonaro e Trump - Marcos Thomaz

Lógico que, pelo deserto de idéias, rasura conceitual, naturalmente, o bolsonarismo estará mais inclinado a percepção desta fantamasgórica extrema direita: “manter tudo como está”.

O bolsonarismo não tem ideologia, pauta programática, ou qualquer compromisso com coerência, linha histórica, o que for.

Lógico que, pelo deserto de ideias, rasura conceitual, naturalmente, o bolsonarismo estará mais inclinado a percepção desta fantamasgórica extrema direita: “manter tudo como está”.

Mas os laços que unem Bolsonaro e os seus teleguiados a qualquer outro movimento, liderança mundial se baseiam, primordialmente, em valores superficiais relacionados a força e poder.

São elementos de atração pelo autoritarismo, imposição pela virulência e por aí vai.

Desde que Trump “se foi” Bolsonaro ficou órfão.

O nosso presidente (lá ele).

O seu presidente (calma, não precisa me xingar).

Vamos recomeçar:

O abominável presidente brasileiro precisa do seu próprio mito para chamar de senhor.

Sim, meus queridos, nem só os bolsominions dependem de um malvado favorito.

O líder espelha os seus fiéis seguidores à imagem e semelhança.

O mesmo Bolsonaro, venerador de Ustra, Fleury, lambe botas de Trump, mira em Putin o seu novo Amo.

Por que você acha que o brasileiro não apresentou ainda uma única posição oficial sobre o conflito Rússia-Ucrânia, mesmo com toda pressão internacional e ameaça diplomática ao Brasil??

Pelo contrário, por acidente de percurso, falha corriqueira programática, ou não, fato é que dias antes do conflito, literalmente, explodir, Bolsonaro esteve na Rússia, onde prestou solidariedade a nação do leste europeu, batendo até continência para soldado comunista.

E agora se mantêm neutro, enquanto o mundo democrático condena os ataques a uma nação soberana??

O encontro entre ambos revelou a Bolsonaro um fascínio avassalador pelo que representa o líder russo.

E devemos reconhecer, guardadas enormes proporções de mínima capacidade intelectual, há muitas semelhanças entre ambos, assim como entre qualquer tirano, ou pretendente a déspota.

Ambos conservadores cristãos, defensores de pautas reacionárias de costumes, adeptos do autoritarismo e mão de ferro contra opositores, imprensa etc e tal.

Não é difícil imaginar a paixão avassaladora pelo líder russo, que tomou conta de Bolsonaro.

Imagina a Bolsonaro a visão de Puttin, másculo e masculinizado, cavalgando de torso nu, como o líder russo adora exibir-se nas folgas, em poses naturais, devidamente indicando sinal de virilidade e imponência.

Paixão fulminante.

E, meus queridos, quando o ardor chega com essa intensidade, pode esquecer linha ideológica.

Aos ingênuos de ambos os lados (direita, ou esquerda) que se espantam com tantas semelhanças, ou não conseguem conceber afinidades entre as partes…

Lembrem-se que Bolsonaro, ainda enquanto parlamentar, à época que bradava contra a democracia, a favor da guerra civil e defendendo o assassinato do então presidente FHC, exaltava ninguém menos que Hugo Chávez, presidente venezuelano.

E o que falar sobre as enormes evidências de apoio do sistema de contra-informação russo (rede articulada de produção e propagação de fake news) a favor da eleição de Donald Trump em 2016?

Quem duvida de rotações bruscas na política, nunca viu boi voar!

Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba