MATANÇA INDISCRIMINADA

GUERRA: o domínio da insanidade - Por Rui Leitão

A imbecilidade dos homens não tem limites quando se decidem entrar em guerra. Não gosto de homenagear os dirigentes políticos que produziram guerras e passaram para a história como heróis.

Não há revelação maior da estupidez humana do que a atitude de fazer guerra. Esse instinto beligerante da raça humana vem desde o princípio da história das civilizações. É o império da brutalidade que domina os sentimentos dos homens, na lógica da competitividade guerreira. Por tudo se encontra motivos para a luta armada: questões territoriais, fundamentos ideológicos, etnias, diferenças religiosas, ambição de poder e de força econômica, etc.

A imbecilidade dos homens não tem limites quando se decidem entrar em guerra. Não gosto de homenagear os dirigentes políticos que produziram guerras e passaram para a história como heróis. Na verdade o heroismo está nos que, forçados pelas circunstâncias, se submeteram a vontades políticas e perderam suas vidas em combates ou voltaram feridos. Esses são inocentes úteis, utilizados pela sanha da prepotência e insensibilidade dos que alimentam a cultura bélica para satisfazer interesses que nada têm a ver com o que deseja efetivamente a sociedade. Não consigo celebrar conquistas obtidas à custa de verdadeiras carnificinas.

Abomino o estado de guerra. Não há quem me faça compreender a sua razão de existir. O ser humano nivela-se ao animal irracional quando encontra justificativas para a guerra. É o domínio da insanidade, da vocação para a truculência e a barbárie. A guerra, além de matar pessoas que nada têm a ver com suas causas, deixa cicatrizes irremovíveis no inconsciente coletivo.

Matar indiscriminadamente em nome de ideais ou interesses políticos, é um crime inominável. Enquanto na humanidade se revelar esse impulso para a deflagração de guerras, estaremos nos afastando cada vez mais da consciência de necessidade da paz entre os homens, numa convivência fraterna e sem disputas alimentadas pelo desejo de uns parecerem superiores a outros. As atrocidades dos eventos bélicos estimulam a violência, e , talvez por isso mesmo, vivamos um momento tão assustador no que diz respeito à insegurança social, onde a ação criminosa é banalizada, sem qualquer respeito à vida.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Rui Leitão