Opinião

Eleições 2022: “Game Over” para Ricardo Coutinho? - Por Gildo Araújo

O fim de semana na política paraibana foi intensamente movimentado, sobretudo depois da decisão tomada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na última sexta-feira (9).

O fim de semana na política paraibana foi intensamente movimentado, sobretudo depois da decisão tomada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na última sexta-feira (9).

Por unanimidade, o Tribunal rejeitou o registro da candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho (PT) ao senado federal. Foi uma derrota acachapante dentro das pretensões de Ricardo Coutinho que vê, a cada dia, sua esperança de ser Senador da República ir-se embora. Aliás, essa inelegibilidade já vem desde 2014, quando o Tribunal Superior Eleitoral condenou o ex-governador a oito anos por abuso de poder político, por ter utilizado o Empreender Paraíba e distribuição de material com fins eleitorais.

É importante salientar que o prazo da condenação vai até o dia 5 de outubro próximo, ou seja, 3 dias depois das eleições de 2022. Mesmo a defesa persistindo na busca de sua liberação para concorrer às eleições deste ano, o ainda postulante ao Senado Federal teve outro grande baque no mês de agosto quando a Ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF) negou uma petição protocolada pela defesa do ex-governador.

Como as nossas Leis são compostas por diversas variáveis, a defesa de Ricardo Coutinho ainda persiste, e já recorreu ao próprio STF para uma análise do pedido de Tutela Provisória Antecedente cujo objetivo é derrubar a condenação de inelegibilidade do Tribunal Superior Eleitoral, algo quase impossível de conseguir.

Para piorar ainda mais a situação, utilizando do Jus sperniandi, em um áudio vazado e publicado pelo Clickpb e replicado pelo “Polêmica Paraíba” deste domingo, Ricardo diz que a justiça da Paraíba joga contra ele e diz esperar pela decisão do STF e ainda atira dizendo que “[…]…fake news, matéria, sabe, esse negócio de blogs, homem, isso é tudo comprado pelo amor de Deus. Se a gente não perceber isso nós vamos ficar circulando, correndo atrás de nosso próprio rabo, aí fica difícil, né[…]”.

A verdade é que temos que compreender a importância política e administrativa do ex-governador Ricardo Coutinho que realizou a melhor gestão do Estado da Paraíba, no entanto, infelizmente ele enfrenta uma situação praticamente irreversível e tenta com seus discursos positivistas sustentar parte de sua base eleitoral trazendo esperança de que, até o final das eleições e depois de eleito, tudo pode mudar junto ao Poder Judiciário.

Porém, é importante deixar claro que não adianta subestimar a inteligência das pessoas que pensam, pois diante das evidências e das decisões tomadas pela justiça em várias instâncias, fica impossível acreditar que Ricardo Coutinho reverta essa situação. Na política ele é sim, o grande favorito, a prova é que aparece em todas as pesquisas em primeiro lugar dado seu legado administrativo, porém para a justiça, ao nosso ver, é caso consumado.

Pelo cenário exposto, é fatídico compreender que a partir de agora os seus concorrentes, leia-se Efraim Filho (União Brasil), Polyanna Dutra (PSB), Pastor Sérgio Queiroz (PRTB), baseados no posicionamento da justiça, já começaram a assediar as lideranças que ainda estão com o ex-governador. Qual a liderança política que terá coragem de direcionar aos seus eleitores a votarem em um candidato que pode não assumir o cargo para o qual foi eleito sub judicie?

Tudo isso fará com que prefeitos e vereadores em diversos municípios paraibanos comecem a receber candidatos ao senado alegando que votar em Ricardo é correr o risco de perder o voto, algo que ninguém quer. Será que não seria a hora de uma troca de candidatura para não perder o timing da temperatura política? Será que o PT prefere arriscar com Ricardo que pode ganhar mas pode não assumir? Qual o eleitor consciente que irá acreditar, pois quer votar para valer. Fica o alerta.

Por fim, vemos que o reflexo prático do que estamos relatando já começou, foi a visita do suplente de senador de Efraim Filho, André Amaral, ao prefeito de Alagoa Grande no último sábado, o que a partir de agora, parece ser uma verdadeira caça de todos os concorrentes de Ricardo em busca de aumentar suas bases eleitorais.

Parece que o Poder Judiciário com essa decisão trouxe mais emoções para a disputa do pleito que até poucos dias estava meio morno. Agora, diga-se de passagem, melhorou acentuadamente para Polyana Dutra (PSB), Efraim Filho (União Brasil) e Sérgio Queiroz (PRTB). Ganhará quem melhor se posicionar diante do eleitor. Quem viver, verá.

Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba