opinião

As 'danças' das composições partidárias- Por Gildo Araújo

A política brasileira é um verdadeiro “samba do crioulo doido”. Estamos há uma semana para entrarmos no ano eleitoral de 2022 e ainda há várias incertezas no cenário político devido a criação de leis eleitorais que são prejudiciais aos próprios políticos. E toda essa insegurança vem refletindo, mais uma vez, no retardamento das articulações partidárias, pois até agora, sequer sabe-se como irá funcionar na íntegra a chamada “federação partidária”. Ao que parece, será mais uma polêmica que deverá ser decidida pelos Tribunais Eleitorais, que, por sua vez, deixam para decidir tudo no “apagar das luzes”, característica bem evidente de nossos representantes, e que confundem, ainda mais os eleitores, pois com essa tal de união partidária, as ideologias políticas estão sendo jogadas ao lixo, o que é péssimo para a democracia brasileira.

Bom, enquanto não se definem essas questões em âmbito nacional, por aqui os nossos protagonistas vão tentando se arrumar como podem e, dentro desse contexto preparatório, já podemos delinear algumas possíveis chapas.
O governador João Azevedo vem construindo uma aliança política e administrativa com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressistas), e deverá ter como companheiro de chapa para o senado federal, o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas). Cícero Lucena tem dado diversas entrevistas de que o projeto político de seu partido é a eleição de Aguinaldo Ribeiro para o Senado, o que podemos já dar como certo, pois o governador João Azevedo jamais iria abdicar do apoio do prefeito da cidade que possui a maior densidade eleitoral da Paraíba.

Com a composição do governador estando praticamente certa, não resta outra saída ao deputado Efraim Filho a não ser a de formar parceria com o candidato oposicionista, o deputado campinense Pedro Cunha Lima, até porque há um alinhamento ideológico bem próximo entre ambos, já que o PSDB, partido de Pedro, sempre esteve lado a lado do antigo DEM, nas votações na câmara federal, aliás, a família Efraim sempre foi afinada com o grupo Cunha Lima, embora, dada as estratégias políticas de sobrevivência, nos últimos tempos ficaram em posições opostas na Paraíba, mas sempre convergindo na política nacional. Será, sem sombras de dúvidas, uma dupla jovem e inovadora que poderá mexer com o tabuleiro da política do próximo ano.

Agora, chapa quente e que deve perturbar e muito as pretensões governistas é a que está sendo formada pelo Partido dos Trabalhadores, pois, uma composição do ex-prefeito pessoense Luciano Cartaxo ou do próprio senador Veneziano Vital do Rêgo para governador, tendo o ex-governador Ricardo Coutinho na chapa para o senado com o apoio incondicional do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, torna uma chapa, em âmbito estadual, com muitas chances de triunfar, mesmo que a disputa chegue ao segundo turno; e mais, poderá ter a atual vice-governadora numa primeira suplência de Ricardo Coutinho.

A verdade é que o Partido dos Trabalhadores, capitaneado por Ricardo Coutinho, vem com muita força na tentativa de desconstruir o discurso do atual governador João Azevedo, que aliás, já começou. Basta ver as manifestações públicas do atual presidente estadual do PT, Jackson Macêdo, quando fala que “o governador está se unindo com o que de pior existe na política paraibana”, e Luciano Cartaxo que sempre fala que “o governador ainda não disse para que veio”, além da própria Amanda, esposa do ex-governador Ricardo Coutinho, que tem usado suas redes sociais para tecer críticas à gestão do governador João Azevedo. Tudo isso já são parâmetros para termos uma ideia de como será o tom da eleição de 2022.

Teremos uma eleição atípica cujos resultados serão imprevisíveis e poderemos ter grandes novidades, pois o eleitor já não é o mesmo de outrora, pelo contrário, está cada vez mais exigente, de forma que só sobreviverão aqueles candidatos que realmente estiverem coerentes com pensamento inovador da população. Quem viver, verá.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba