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A morte anunciada da terceira via - Por Marcos Thomaz

Dizem que para acabar algo precisa ter existido. Para sumir deveria ter havido.

Dizem que para acabar algo precisa ter existido.

Para sumir deveria ter havido.

Diante dessa premissa de filosofia de buteco, há controvérsias se um dia de fato houve a famigerada TERCEIRA VIA no cenário eleitoral brasileiro polarizado entre Lula e Bolsonaro.

Fato é que noves fora a maiêutica, a hermenêutica, o sofisma, e até o Dória e o Moro, a terceira via ruiu.

Esse atalho para lugar nenhum, um mundo paralelo de Dark, agora foi exterminado até como idéia, conceito.

Primeiro, a aventura presidencial de Moro não dobrou a esquina.

Foi atropelada mais rápido do que se supunha.

Resumiu-se a uma viagem para conhecer jardins de prédios públicos na Alemanha, entrevistas íntimas com Bial aqui, falas demagógicas ali, carinho e descarinho (existe essa palavra? Ah, terceira via não existe também e estou aqui a escrever sobre isso) com o MBL acolá…

Fato é que sem nem ter sido candidato, o juiz do processo mais fraudulento da nação, já acumula dois partidos no currículo em questão de meses.

Um exemplo de firmeza ideológica, igual às convicções, certezas que ele tem de acusações sem provas.

Esperava, pelo menos, que a desistência fosse um pouquinho mais tardia.

Quando se separam os homens dos meninos.

Mas o senhor Moro prova que não aguenta nem “meia pressão”.

Segundo, o resistente João Dória queima mais umas vidas extras tentando demonstrar força e agüentar a pressão do fogo amigo do PSDB.

“Uma ruma” de correligionário capitaneados pelo insidioso “bom moço” Eduardo Leite puxando dia e noite o tapete do governador paulista.

O governador gaúcho derrotado nas prévias, nunca aceitou a condição e sempre plantou a sementinha do mal. Declarações aqui, tumulto de ambiente interno e externo ali.

Enfim, contrariando expectativas, Dória renunciou ao direito de disputar reeleição em São Paulo com favoritismo para fincar pé no embate presidencial.

Obstinação, não podemos negar, ele tem.

“Obstinação nada- grita o perturbador de comício eleitoral- é ganância mesmo, usura. Esse daí quer acumular feitos, trajetória fulminante, da prefeitura de São Paulo a presidência sem concluir um trabalho”.

Esse cometa agora cai. Não tem quem sustente essa cauda grande de ambição “dorista” agora.

Isso se Leite aceitar a condição e ainda não roubar na mão grande a candidatura no lugar de Dória.

Que o gaúcho quer, até as paredes do Palácio Piratini sabe.

Ora, se não…

Fato é que pra lá, ou pra cá (lá ele, sai pra lá coisa ruim) o PSDB quis e ainda quererá (por quereres (obrigado Caê) aplicar um autogolpe, mesmo. Não bastou incitar golpe contra adversário político e a própria nação.

Teve autofagia.

No popular “morderam a própria língua”, “provaram do próprio veneno”.

O amargo gosto do fel.

Já o limpinho e insosso Novo nem botou bloco na rua nesse pleito. Cedo, anos antes do debate 2022 recolheu o carango.

Enquanto na última eleição, foi o álibi perfeito para vários bolsonaristas arrependidos.

“Eu votei no Amoedo”.

Hunrum.

Bom, ainda sobre essa rota perdida da terceira via…

Vai restar o estoico e pouco carismático Ciro Gomes na parada. Esbravejando contra tudo, colocando todos no mesmo balaio e sendo ouvido por poucos. Ignorado por muitos. Não consegue entrar na festa mais badalada da política nacional. Não tem traje a rigor, nem é benquisto pelos convidados de ambas.

Ciro não consegue amealhar eleitores desistentes nem da esquerda, nem da direita.

Não que isso seja demérito moral, ou a depor contra suas virtudes enquanto político, ou gestor.

Nem são. A questão é que sua baixa popularidade, incapacidade de penetrar em meios além do seu núcleo muito provavelmente determinará a impossibilidade total do sonho de um dia dirigir a nação.

Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba