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A desapropriação do antigo Colégio das Neves - Por Rui Leitão

O antigo Colégio da Neves, além de ter preservada a sua memória como instrumento de grande valor na formação educacional de nossa cidade, transforma-se num espaço que propiciará disseminação de conhecimento e qualificação profissional na área da Tecnologia e Informação.

Muito auspiciosa a informação de que o governador João Azevedo acaba de publicar decreto tornando de utilidade pública para fins de desapropriação, o prédio onde funcionou o antigo Colégio das Neves. Pelo que se tem notícia, ali será instalado o Parque Tecnológico Horizontes da Inovação. A decisão do governo do estado, não só se revela importante pela oportunidade que será oferecida como equipamento que estimulará a geração e produção de tecnologia, fortalecendo, por consequência, o sistema de empreendedorismo e inovação científica, o que permitirá funcionar como atrativo de empresas âncoras e incubadoras em TI para a Paraíba, como também contribuirá efetivamente para a promoção da revitalização do centro histórico de nossa capital.

Vou me ater ao comentário sobre a relevância da decisão do govenador no que concerne ao processo de resgate da vida urbana, cultural e sócio-econômica do nosso centro histórico, tema sobre o qual venho dedicando meus esforços e força de trabalho nos últimos anos, tanto quando estive na direção do IPHAEP, quanto na coordenação da COPAC no governo municipal. Quem cuida do patrimônio cultural, cuida da história de sua gente. A ocupação de um prédio com valor histórico representa recuperar a sua utilização em favor da sociedade, requalificando-o em prol do desenvolvimento da nossa terra. O antigo Colégio da Neves, além de ter preservada a sua memória como instrumento de grande valor na formação educacional de nossa cidade, transforma-se num espaço que propiciará disseminação de conhecimento e qualificação profissional na área da Tecnologia e Informação.

É, sem qualquer dúvida, uma ação que fomenta a cidadania e a qualidade de vida do nosso povo, oferecendo caminhos que possibilitem inclusão social, mas, principalmente, fazendo com que o setor urbano onde a cidade nasceu ganhe movimentação, pré-requisito indispensável para qualquer projeto que objetive revitaliza-lo. É assim que, efetivamente, se torna possível restabelecer a dinâmica social e cultural do nosso sítio histórico, fazendo prevalecer os interesses coletivos sobre os particulares. Consolida-se a compreensão de que ao governo cabe estimular na população o sentimento de pertencimento dos seus valores históricos e culturais. Reativar um prédio que simboliza presença marcante na nossa história, representa preservar a nossa identidade cultural sem perder o vínculo com a modernidade.

A iniciativa governamental atende demandas antigas dos paraibanos, saindo dos repetidos discursos políticos para a realidade tão almejada. É inquestionável o reconhecimento de que se trata de uma estratégia acertada, porquanto implicará numa mudança social, econômica e cultural da área urbana originária de nossa cidade, reafirmando a sua importância como atrativo turístico. As atividades que ali serão desenvolvidas convocarão a população a participar do processo de revitalização do centro histórico e dele sair beneficiada. Não será, portanto, uma responsabilidade única do governo, mas de toda a sociedade paraibana de forma integrada. Está sendo dado um passo muito significativo para a consecução dos objetivos há tanto tempo perseguidos, quais sejam a de promover a revitalização do centro histórico da nossa capital.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba