Transparência

Tênis de Mesa no alvo do Ministério da Transparência

As inconsistências em convênios do Tênis de Mesa não pararam em benesses a cartolas e indícios de fraudes em licitações. Aqueles que deveriam ter sido os principais beneficiados pelos projetos, os atletas, acabaram saindo no prejuízo.

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As inconsistências em convênios do Tênis de Mesa não pararam em benesses a cartolas e indícios de fraudes em licitações. Aqueles que deveriam ter sido os principais beneficiados pelos projetos, os atletas, acabaram saindo no prejuízo.

Foi o que concluiu a Controladoria-Geral da União em seus relatórios de auditoria. Os arquivos da CGU apontaram que quase R$ 300 mil que deveriam ter sido destinado a equipamentos e materiais esportivos não possuem comprovantes, o que pode indicar a não aquisição desses itens.

Em uma primeira auditoria, a CGU apontou “ausência de comprovação de que tenham sido adquiridos materiais esportivos previstos no Plano de Trabalho, com potencial prejuízo de R$ 111.144,00”.

Entre os equipamentos que deveriam ter sido comprados estavam 22 raquetes, 528 borrachas para raquete, 528 camisas de treinamento, 264 shorts, 88 tênis, 528 pares de meias, 44 bolsas, 44 agasalhos e 44 jaquetas impermeáveis.

As raquetes e borrachas foram adquiridas, mas o restante dos itens previstos não se sabe, já que não existe nada que comprove a compra dos mesmos, segundo a CGU. A CBTM afirmou, em 2015, que havia adquirido e comprado os materiais, inclusive enviando fotos deles.

Contudo, no meio do ano passado a CGU constatou que ainda não existia nenhum comprovante sobre as compras. E ainda apontou suspeita de fraude: “cabe ressaltar que as fotos informadas na manifestação do presidente da CBTM são as mesmas inseridas no SICONV nos registros de outro convênio”.

Um segundo convênio apresenta a mesma inconsistência na compra de materiais esportivos que seriam destinados aos atletas, desta vez no valor de R$ 182.052,00.

“Foi realizada uma comparação entre os itens constantes no Termo de Referência, principalmente no que diz respeito à aquisição de equipamentos e material esportivo para o atletas, e os comprovantes de aquisição disponibilizados pela CBTM.

Durante a análise, não foram encontrados comprovantes de aquisição de alguns equipamentos e materiais esportivos”, disse o Ministério da Transparência.

Entre os equipamentos estão quatro mix de exercícios de musculação, quatro handbikes, duas balanças antropométricas, duas filmadoras digitais, 360 camisas de treinos, 180 shorts, 60 tênis, 360 pares de meias, 30 bolsas, 360 toalhas, 30 agasalhos e 30 jaquetas impermeáveis, que seriam utilizados por atletas olímpicos e paralímpicos.

Em resposta, a CBTM disse à CGU que não adquiriu os equipamentos de musculação e disponibilizou fotos das roupas no SICONV. No entanto, a Controladoria rebateu que as fotos eram as mesmas apresentadas em outro convênio.

“Sendo assim, considera-se um potencial prejuízo de R$ 182.052,00, uma vez que os equipamentos esportivos não foram adquiridos, a aquisição do material esportivo não foi comprovada por meio de documentos fiscais, e os recursos referentes à aquisição destes itens não foram devolvidos ao concedente e ainda forma solicitados novos recursos”, disse o Ministério da Transparência.

A CBTM foi procurada desde a semana passada para comentar as informações desta reportagem, mas não respondeu à reportagem até a publicação.

Fonte: ESPN