Associação de Futebol de Gana é dissolvida por escândalo de corrupção

O Governo de Gana ordenou a dissolução da Associação de Futebol de Gana (GFA, em inglês) e a suspensão da atividade futebolística no país devido a um escândalo de corrupção de altos diretores da federação.

“Vendo o caráter estendido da aparente corrupção que envolve altos diretores do GFA e da Autoridade Nacional de Esportes (NSA) (…), o Governo decidiu tomar medidas imediatas para dissolver a GFA, e anunciará medidas provisórias para administrar a atividade futebolística no país”, explicou o ministro de Informação, Moustapha Abdul-Hamid, em comunicado.

O ministro de Informação, além disso, anunciou ontem em entrevista à rádio local “Joy FM” que “toda atividade futebolística em Gana foi suspensa indefinidamente”.

O Governo decidiu assim responder à corrupção exposta em um documentário, “Number 12”, que estreou na quarta-feira, na qual o jornalista de investigação Anas Aremeyaw Anas (“Tiger Eye”) denuncia que o presidente da GFA, Kwesi Nyantakyi, usava o nome do chefe de Estado ganês, Nana Akufo-Addo, para conseguir favores e investimentos privados.

O documentário contém uma cena na qual o presidente da GFA estaria recolhendo US$ 65 mil de “investidores” para que lhes facilitasse contratos de estradas com a presidência e vice-presidência de Gana.

Nyantakyi, que também é vice-presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF) e um membro do Conselho da Fifa, está sendo interrogado depois que o presidente ordenou uma investigação policial dos fatos.

O Governo transmitirá sua decisão e a investigação policial à CAF e à Fifa e pedirá assistência nos passos a seguir para emendar o futebol no país.

Por sua vez, a GFA respondeu em comunicado assinado por seu secretário-geral, Isaac Addo, que não pôde ver o documentário, e pede ao autor que envie uma cópia para que possam empreender as investigações necessárias.

“A GFA quer que conste em ata que não há nenhuma tentativa de cobrir ou encobrir nenhum de nossos membros que foram envolvidos nestes atos de corrupção”, reza o comunicado.

Além disso, explicam que já puseram em conhecimento da Fifa a situação, e que esta enviou um plano de ação para a implementação de uma “iniciativa nacional integral”.