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Você sabe do que é composta a salsicha? Confira como é feita e o que realmente há dentro dela

Por causa do processo de abate, as sobras usadas em salsichas muitas vezes têm uma boa quantidade de bactérias.

Normalmente, na produção da carne, ainda sobra uma boa quantidade de cartilagem, gordura e miudezas depois de remover bifes, costeletas, peitos, costelas, coxas, pernas e lombos.

Há muito tempo, percebeu-se que isso poderia ser bem utilizado em outros produtos, e um deles é a salsicha – um clássico entre as carnes pré-cozidas e processadas. Eis como ela é feita.

Aparas

O NHDSC, conselho nacional de salsichas e linguiças dos EUA, diz que as salsichas – quer sejam de carne suína, bovina ou de peru – começam com “aparas”. A palavra é propositadamente vaga, porque essas aparas podem ser de tudo.

De acordo com a FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura), das Nações Unidas: “os materiais de carne crua usados para produtos pré-cozidos são aparas musculares de baixa qualidade, tecidos gordurosos, carne da cabeça, patas de animais, pele animal, sangue, fígado e outros subprodutos comestíveis do abate”.

Hum, que delícia!

Pré-cozimento

Por causa do processo de abate, as sobras usadas em salsichas muitas vezes têm uma boa quantidade de bactérias. O pré-cozimento ajuda a eliminá-las, e tem a vantagem de ajudar a separar os músculos, gordura e tecidos conjuntivos dos ossos da cabeça e das patas. Isso também facilita o manuseio desses subprodutos.

Devido aos diferentes tamanhos e tipos de carcaças, existem diferentes tempos de pré-cozimento para diferentes animais e partes. Tipicamente, isso é feito em temperaturas entre 65ºC e 90ºC.

Produção

Assim como outros produtos – mortadela, salsicha de fígado – a salsicha de cachorro-quente é criada através da “emulsão de carne”. (A FAO diz que “massa de carne” é um termo mais apropriado.)

Salsichas de mais qualidade são feitas de carne de primeira, sem produtos químicos. Isso inclui, por exemplo, salsichas kosher e todas as salsichas de carne vermelha feitas sem enchimentos e sem cores ou sabores artificiais. Enquanto isso, salsichas mais baratas recebem produtos químicos, gorduras e espessantes.

Para a maioria das salsichas, o processo de produção é simples. Primeiro, aparas de carne bovina ou suína são moídas em uma máquina e extraídas por um equipamento que parece uma peneira de metal, até parecer hambúrguer de carne moída. Nesse momento, são acrescentadas as aparas moídas de galinha (se houver), e a mistura é combinada (ou emulsificada) até virar uma massa de carne.

Agora adiciona-se sal, especiarias e amido, junto a um pouco de água e xarope de milho ou outro adoçante. No final do processo, coloca-se mais água para levar a massa à consistência adequada – ninguém quer uma salsicha seca.

A massa “vira purê novamente [e] o excesso de ar é sugado para fora“. A seguir, a carne emulsificada é bombeada para os invólucros da salsicha, normalmente feitos de celulose. As cadeias de salsichas são penduradas em prateleiras e totalmente cozidas em um defumador. Às vezes, acrescenta-se fumaça de madeira de lei, para dar um sabor defumado de churrasco ou bacon. Depois, as salsichas são lavadas em água fria e salgada. Então, se forem usados invólucros de celulose, elas passam por um descascador para removê-los.

Algumas salsichas usam tripas naturais como invólucros – são o intestino limpo e processado de um animal. Nesse caso, o invólucro não é retirado.

Por fim, as salsichas são inspecionadas manualmente, e apenas as carnes entubadas que não tiverem defeitos são encaminhadas para mais uma máquina, onde são agrupadas para o empacotamento.

Fatos bônus

O recorde do consumo de cachorro-quente pertence a Joey Chestnut, que enfiou 69 salsichas no bucho em dez minutos, em 4 de julho de 2013. Para treinar para o evento, Joey jejuou por três dias e deu grandes goles de água para treinar os músculos do esôfago.

Uma salsicha tem, em média, 567 mg de sódio – a dose diária recomendada é entre 1.500 e 2.300 mg. Por outro lado, a salsicha típica tem cálcio (51 mg), potássio (79 mg), magnésio (8 mg) e ácido fólico (3 ug), bem como traços de ferro, zinco e das vitaminas B1, B2, B3, B6, B12 e E.

A Sociedade Americana do Câncer nota que “o alto consumo de carnes processadas, como salsichas, [está] associado ao aumento do risco de câncer no cólon”, e menciona um estudo preocupante da Associação Americana de Medicina: pessoas que comeram carne processada regularmente por dez anos tiveram um aumento de 50% nas ocorrências de câncer no baixo cólon e no reto.

A cada ano, cerca de US$ 1,7 bilhão é gasto em salsichas só nos EUA.

https://youtu.be/UodHKJ7S_BA
Créditos: Gizmodo Brasil