entrevista

Palmirinha lembra união abusiva: ‘Sofri por 20 anos. Hoje sou feliz e realizada’

Prestes a completar 88 anos, em junho, a culinarista cheia de gás tem propósitos.

Anos atrás, o dito popular “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher” era seguido à risca. Palmirinha, ao sentir seu casamento azedar, decidiu então entornar o caldo sozinha. Mãe de três filhas, a cozinheira de 87 anos — que é hoje a vovó mais querida da TV — analisa o relacionamento abusivo que viveu e mostra como o talento na cozinha a salvou. É este trabalho que a coloca como dona de dois restaurantes, figurinha carimbada em comerciais do ramo alimentício ao de plataformas de streaming, participante do programa “Chef ao pé do ouvido”, no ar no GNT, e de canais no YouTube.

— Minha velhice é muito feliz, e não vou parar tão cedo! — avisa ela.

Prestes a completar 88 anos, em junho, a culinarista cheia de gás tem propósitos:

— Vou abrir outro café! Minha motivação é continuar por aí e mostrar para as pessoas que, para fazer o que se quer, tem que lutar.

No fim dos anos 80, Palmirinha contou no programa de Silvia Poppovic que sofreu com um casamento abusivo, que incluía agressões físicas. Cozinhar para fora a ajudou a cuidar das três filhas e a alcançar independência após a separação. Ciente de que até hoje mulheres passam por dificuldades semelhantes, ela aconselha:

— Eu acho que as que enfrentam o que vivi têm que buscar uma nova realidade. Se a união não estiver dando certo mesmo, separa! Não fica sofrendo. Divorcia e procura outra coisa melhor. Não é um bom caminho sofrer isso por 20 anos, como eu. Fiz porque sou descendente de italiano. Para a família, a mulher que se separava era vista como alguém que não prestava, tinha má-fama. Por tempos, tive que aguentar.

As filhas Tânia, Sandra e Nancy estão criadas, deram netos e bisnetos e hoje veem na mãe um exemplo.

— Toda minha luta foi por elas, minhas filhas. Aguentei tudo aquilo até elas poderem casar e ter a própria vida. Na minha época, mulher separada não era bem vista. Por isso, eu não queria que minhas filhas tivessem o mesmo destino. E não tiveram! Meus genros são ótimos — garante.

Dentro de casa, a vovó se diverte com uma das herdeiras que gosta de imitá-la:

— Minha bisneta mais velha, Olívia, tem 10 anos e adora cozinha. Quando vai preparar algo, imita: “Um momentinho que vou dar um recadinho e já volto”, igual a como eu fazia na TV Gazeta (risos). Quando termina o bolo, ela põe a mão na cintura e pergunta: “Gostaram?” — gargalha Palmirinha.

A apresentadora concede a entrevista ao telefone quase sempre aos risos. O astral ainda é reflexo do encontro que teve dias antes desta entrevista com a amiga Ana Maria Braga, no “Mais você”.

— Quando nos conhecemos, a tive como uma filha. E o carinho que ela tinha comigo também era de família. Tudo o que aprendi a fazer na TV ela que me ensinou. A emoção foi tão grande (no encontro recente) que, se eu morresse ali, ia embora felicíssima — exagera a fofa apresentadora.

 

Fonte: Extra
Créditos: Extra