entrevista

Lulu Santos fala de álbum dedicado ao marido: ‘O que eu vivo com ele nunca vivi com ninguém’

A obra é inteiramente dedicada ao homem que “preencheu o vazio afetivo que eu sentia”.

O riso solto e a voz serena já entregam que o status de Lulu Santos foi atualizado com sucesso. Poeticamente chamado de “o último romântico” — uma apropriação legítima da música composta por ele e Antônio Cícero —, o cantor repassa o título para o marido Clebson Teixeira, que agora usa o Santos como sobrenome, e lança hoje (24) o álbum “Pra sempre”, com 11 canções (sendo 10 autorais).

A obra é inteiramente dedicada ao homem que “preencheu o vazio afetivo que eu sentia”. Agora, diz, “entendo que tivemos a sorte de ter a afinidade correspondida”. Assim, ele também volta à turnê e se apresenta no Km de Vantagens Hall (Barra da Tijuca), nos dias 28 e 29 de junho.

Sua carreira é marcada por canções românticas e emblemáticas. O que esse amor tem de tão especial que te inspirou a compor um álbum dedicado a ele?

O que eu vivo com ele nunca vivi com ninguém. O disco é um passo a passo da nossa relação. Vai desde o primeiro momento de se descobrir apaixonado (eu tenho uma certa experiência porque já passei por isso algumas vezes), até momentos mais recentes. A diferença é que essa é a primeira vez em que me apaixono por uma pessoa que é apaixonada por mim. A minha relação anterior era muito antiga e, ainda que tenha sido intensamente vivida por 14 anos, fazia tempo que ficava um vazio. Ele (vazio) acabou sendo preenchido pelo Clebson há pouco mais de um ano. Se eu estava sentindo isso era porque tinha espaço.

Clebson consegue ser mais romântico do que você?

O último romântico é ele, eu sou o penúltimo. Ele atualizou esse status porque é mais jovem. Para ter ideia, no dia do meu aniversário (4 de maio), Clebson me mandou de presente uma rosa seca (por um processo de quase mumificação) dentro de uma redoma de vidro. Ela está lá, intacta. Ele cumpriu o ritual da dança do acasalamento independentemente de gênero.

Você diz saber que “nada é para sempre, nem a gente, nem as civilizações”. Por que, então, dar esse nome ao título?

Mas eu escolho viver o pra sempre do momento. Que seja eterno enquanto dure. Todo grande amor é intenso assim. A gente assinou o termo de união civil.O que eu quero crer é que temos uma vida inteira para sempre.

A diferença de idade entre vocês dois é grande (Lulu tem 66 anos e o marido 27). Em algum momento isso é um problema para vocês?

Mais para os outros do que para nós. Às vezes, esbarramos em questões de linguagens. Mas vivemos muito bem. Clebson gosta de caras mais velhos, e eu de mais novos. Ele tem a certeza de si próprio que eu acho invejável.

A idade te fez uma pessoa melhor?

Sim. É possível que eu tenha brigado com os outros porque estava brigando comigo mesmo durante períodos da minha vida.

Como você vê a produção musical no Brasil hoje?

O pop que se faz atualmente no Brasil, que é primo do funk carioca, é legítimo. Ele (pop) é um comentário da sociedade da época em que se vive em forma de música. Então, não tem como não ser isso que a gente vê. A aproximação que Anitta e Ludmilla, por exemplo, têm feito com produtores internacionais, sempre vi que aconteceria. Há 20 anos que digo que o funk seria a forma de música brasileira que teria esse poder de atravessar fronteiras.

Quais artistas da nova geração você curte?

Silva representa esperança e realidade de uma MPB nova e que se reinventa com elementos para melhorar. A Iza é um espetáculo fora do comum.

Fonte: Extra
Créditos: Extra