LUCY ALVES CONQUISTA O RIO MARAVILHA: Foi o sambista paraibano Zé Katimba que fez o samba e escolheu Lucy - VEJA NOVO VÍDEO DO SAMBA

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É samba que eles querem? Lucy Alves tem. É sertanejo que eles querem? Também. Da nova geração da música nordestina, a cantora e compositora paraibana se viu, em um período de poucos meses, envolvida nesses dois universos à parte do baião pelo qual é mais conhecida. Ela canta a primeira parte do samba da Imperatriz Leopoldinense, eleito pela escola para o Carnaval de 2016 e que tem, entre seus compositores, o paraibano Zé Katimba. E ela acabou convidada pelo presidente para puxar o samba na avenida.

Compositor paraibano Zé Katimba e a cantora Lucy Alves
“Normalmente, a mulher canta uma oitava acima do homem, o que acabava deixando um dos lados em desequilíbrio, mas Lucy consegue cantar na mesma região que os meninos de maneira confortável. É um fenômeno”, comentou Katimba por telefone.

Lucy vem se preparando para dar conta do recado. “É um desafio, pois é uma dinâmica de apresentação diferente do que estou acostumada, mas venho treinando bastante para puxar o samba-enredo”, comenta. Além de cantar, ela também estará ao lado de sua companheira inseparável, a sanfona. “Será um momento muito importante para a minha carreira. E, como eu sempre digo, adoro um desafio”, completa.

ZÉ KATIMBA: O REENCONTRO COM A PARAÍBA FOI EM 2013

O governador Ricardo Coutinho recebeu em audiência o compositor e sambista Zé Katimba, paraibano nascido em Guarabira e um dos fundadores da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, do Rio de Janeiro.  O encontro aconteceu no Palácio da Redenção, no gabinete do governador, na tarde desta sexta-feira (15).

Zé Katimba, 80 anos, é autor de mais de 800 músicas e tem como um dos principais parceiros nas composições o sambista Martinho da Vila. O autor de inúmeros sambas- enredo de sucesso e vencedor de dez carnavais pela Imperatriz, veio propor ao governador Ricardo Coutinho uma parceria para que o Governo do Estado participe de um projeto para o carnaval de 2014.

Na visita a Ricardo Coutinho, Zé Katimba esteve acompanho do prefeito de Guarabira, sua terra natal, Zenóbio Toscano, e do jornalista carioca Fernando Paulino, autor do livro ‘Zé Katimba’, obra que resgata a trajetória do artista paraibano. O governador foi presenteado com um livro autografado pelo autor e por Zé Katimba.

José Ignácio dos Santos,  o Zé Katimba, saiu da Paraíba com apenas 10 anos de idade e há 70 anos não visitava sua terra.  Em 1959 foi um dos fundadores da Imperatriz Leopoldinense. “Sou o único sambista que tem essa trajetória de passar por todos os segmentos da escola, da fundação até a presidência, além de mais de 800 canções gravadas e conhecidas no mundo”, afirmou.

O autor do livro Zé Katimba, Fernando Paulino, afirmou que a obra e vida do sambista guarabirense precisava ser registrada. “O Katimba é autor de várias mudanças no samba, formas de fazer samba, de encaminhar toda a estrutura de carnaval e muita gente desconhece isso. É uma trajetória impa. A gente que acaba idolatrando valores culturais que até não têm  nada a ver com a realidade brasileira deveria fazer esse resgate de cultura popular, entender que o trabalho de Zé Katimba está dentro do norte de uma cultura popular que precisa ser preservada o país”, comentou.

RECONHECIMENTO PARAIBANO

Biografia do sambista paraibano Zé Katimba e obra destinada aos profissionais de comunicação são lançadas hoje no Sebo Cultural

A tarde de hoje será regada de literatura biográfica e científica com os lançamentos conjuntos do livro reportagem Zé Katimba – que grande destino reservaram para você (Panorama, 112 páginas, R$ 15,00), do carioca Fernando Paulino, e do livro técnico Anotações sobre discursos no relise difusionista – linguagem científica e tecnológica no jornalismo (Ideia, 166 páginas, R$ 20,00), do paraibano Dalmo Oliveira. O evento acontece, a partir das 17h, na área de eventos do Sebo Cultural, localizado na Avenida Tabajaras, Centro da capital.

Os autores possuem trajetórias semelhantes, como a participação no ativismo sindicalista frente a categoria dos jornalistas e também na militância do movimento negro no Rio de Janeiro e na Paraíba, respectivamente. Na ocasião de hoje, Fernando Paulino está em nosso Estado acompanhando o protagonista do seu livro, o guarabirense Zé Katimba, sambista que após setenta anos residindo no Rio de Janeiro retorna à João Pessoa para receber uma série de homenagens públicas em sua cidade natal, Guarabira, aproveitando ainda para realizar shows na Rainha do Brejo e na capital.
Zé Katimba – que grande destino reservaram para você conta a história de José Ignácio dos Santos Filho, conhecido como Zé Katimba, participante ativo Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, agremiação que ajudou a fundar em março de 1959. O sambista participou de várias fases da Escola e etapas dos desfiles, desde empurrar alegorias ou puxar cordas até a composição de sambas enredos. Nos anos 70, Zé Katimba, juntamente com Luizinho Drumond, na direção da Imperatriz, colocou a Escola em sua fase de ouro, com a aquisição de quadra própria, conquista de títulos e envolvimento efetivo da comunidade nas ações da agremiação.
“Já conhecia a obra de Zé Katimba há décadas. Nos últimos vinte anos, passamos a ser vizinhos, em Niterói. Entre encontros na vizinhança, resolvi iniciar a produção de um livro sobre histórias do samba, com os bastidores e narrativas engraçadas. Quando recolhi o depoimento de Katimba, percebi que o livro deveria ser sobre a vida dele devido a quantidade de histórias que ele me contou em poucas horas de depoimentos”, revelou Fernando Paulino em entrevista ao Jornal A União.

A dissertação de mestrado, de Dalmo Oliveira, em Comunicação, pela Universidade Federal de Pernambuco, concluída em 2007, resultou no livro Anotações sobre discursos no relise difusionista – linguagem científica e tecnológica no jornalismo. A obra tem um caráter técnico destinado especialmente para os profissionais da comunicação que trabalham com assessoria de imprensa. No livro, o autor, que é jornalista, analisa os discursos adotados pelo relises produzidos pela assessoria de imprensa da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária, Embrapa, local que trabalha desde 1994.
“O livro traz, além das adequações que fiz da minha dissertação, três artigos que produzi durante o mestrado. Em meu estudo, abordei a questão da produção de release no jornalismo científico que trabalha com a divulgação do texto fonte, o tornando mais acessível, é o que chamo de ‘manejo do discurso’, afinal cada segmento da sociedade tem um discurso linguístico. Pesquisei também as influências do discurso econômico sob o discurso científico, a hegemonização pela fala na mídia, pela produção de notícias no jornalismo empresarial, por meio das estratégias publicitárias usadas nos relises, adotando assim um tom mais publicitário do que jornalístico”, explicou Dalmo Oliveira em entrevista ao Jornal A União.