Última temporada

'La casa de papel': Atores falam do sucesso de Nairóbi e Berlim e novas relações no fim da série

Alba Flores, Pedro Alonso, Esther Acebo e Rodrigo de la Serna falam ao G1 sobre Nairóbi, Berlim, Estocolmo e Palermo. Última temporada estreia nesta sexta (3)

“La casa de papel” chega ao fim nesta sexta (3) com dois coadjuvantes que roubaram o protagonismo da série: Nairóbi (vivida por alba Flores) e Berlim (interpretado por Pedro Alonso).

Em entrevista ao G1, os atores explicam o sucesso de seus anti-heróis e comentam relações ternas e explosivas que aguardam os espectadores.

Quando estiveram no Brasil, em dezembro de 2019, os atores foram ovacionados durante a participação na Comic Con Experience.
“Não tenho nem ideia [do motivo do sucesso], não sei, eu me pergunto e talvez daqui a alguns anos volte a olhar e entenda com mais distância”, diz Alba Flores.

“Existem alguns valores na Nairóbi que têm muito a ver com empatia, senso de comunidade, amor por um trabalho bem feito. Muitos valores que são muito admiráveis e que nesta sociedade estamos carentes de mais pessoas assim. E ao mesmo tempo, todo mundo tem essa parte dentro. E é a parte que temos todos e que queremos que ganhe.”

Já Pedro Alonso entende Berlim como um alívio para a parte mais irracional do ser humano. “Eu acredito que Berlim é a chave do alívio, quando alguém sente que sua vida está impossível.”

“Berlim não é a solução, mas gera um alívio ver esse semelhante a animal fazendo essas coisas. Porque, em algum momento, suspende sua própria perturbação pessoal, que todos nós temos na vida, e faz com que você se divirta com as barbáries que normalmente gostaria de fazer – e que certamente não fará”, diz o ator.

Vamos falar de sororidade?

Para Alba, Nairóbi só conseguiu crescer na trama porque teve o apoio de outras atrizes e personagens fortes.
A relação da personagem com Estocolmo (vivida por Esther Acebo) se desenvolveu na terceira parte da série, numa tentativa da produção de humanizar e aprofundar os personagens.

“Me lembro de estar na frente da Esther, como sua personagem, e funcionávamos como um espelho muito bonito, de duas maneiras de ser mãe muito diferentes, de duas cabeças e de maneiras muito diferentes de pensar. Mas, nessa diversidade, um apoio, uma escuta. E um ombro para apoiar uma à outra com muita profundidade”, disse Alba.

Esther disse que Estocolmo, que só entrou para o bando na terceira temporada, seguirá assustada na parte final, mas “o medo vai tirar o melhor dela”. A personagem será responsável por conduzir momentos de sobriedade em meio ao caos.

Fraternidade?

Outra relação que será mais desenvolvida na quarta parte é entre Palermo e Berlim. Rodrigo de la Serna, que interpreta Palermo, diz que os fãs podem esperar um ato heroico como o de Berlim no fim da segunda temporada (que salva o assalto e o grupo). Mas vai ser difícil consertar o coração quebrado de seu personagem.

“Palermo é um ser muito miserável, mas também tem seu altruísmo e razão de vida: defender com unhas e dentes, até as últimas consequências, o plano que eles conceberam juntos”, diz Rodrigo.

“Talvez fosse possível pedir um pouco mais de empatia com os colegas, mas ele está muito ensurdecido por esse amor e muito magoado e não pode ter empatia pelas pessoas porque está emocionalmente quebrado.”

Serna prometeu momentos “muitos fortes” dessa relação. “Há tantas possibilidades. Fizemos cenas muito importantes desse vínculo que mostram porque esse homem está tão quebrado emocionalmente. Eu não quero ser o grandiloquente, mas as possibilidades narrativas do encontro romântico, sexual, amoroso e de outras dimensões de dois papéis como os nossos…”, provoca, deixando a conclusão no ar.

Na quarta parte da série, o truque do roteiro é brincar com tempo e espaço e desconstruir certezas a cada par de episódios. O plano de assalto, tão bem desenvolvido na Casa da Moeda, onde se passaram as duas primeiras temporadas, tem menos destaque no Banco da Espanha, onde a turma de assaltantes tenta roubar as reservas nacionais de ouro.

Todo mundo está perdido, um membro do grupo está entre a vida e a morte, uma peça importante do bando de assaltantes se rebela e o professor já não tem controle sobre a situação.

Além de conduzirem um assalto com reféns na principal instituição financeira espanhola, eles ainda lidam com muita pressão pessoal e emocional.

Quem acompanha a série desde o início pode chegar à temporada final achando que já conhece tudo sobre os personagens e o mecanismo de suas ações. E é aí que a equipe quer fisgar o espectador.

As sequências de ação e violência ainda existem, mas demoram a chegar. Primeiro, há muitas doses de um terror psicológico que traz profundidade aos personagens e sentido às ações.

Há também trocas de casais e criação de novos laços entre os personagens. São nessas pequenas pausas humanas que a série cresce.

Fonte: G1
Créditos: G1