insatisfação

Jornalistas da Globo protestam contra novos âncoras no Jornal Nacional

Em dezembro, a Globo oficializou os âncoras locais Jéssica Senra (TV Bahia), Aline Aguiar (Globo Minas) e Márcio Bomfim (Globo Nordeste) para fazer parte do rodízio de apresentação aos sábados do Jornal Nacional. Porém, nos bastidores, a decisão não foi bem avaliada entre os jornalistas veteranos. Segundo apurado pelo NaTelinha, eles reclamam que vários profissionais com anos de emissora aguardam por uma oportunidade na bancada do JN e que, desta forma, a diretoria expôs a ausência de um plano de carreira.

Os novos apresentadores do Jornal Nacional fizeram parte do rodízio promovido pela Globo nos 50 anos do telejornal em 2019, entre 27 jornalistas locais. “A Globo ocupou as três vagas já existentes na escala de plantões do JN, mas todos os apresentadores foram considerados aptos a, de acordo com a necessidade, entrar em futuras escalas de substituições (plantões, férias e feriados), não apenas do Jornal Nacional, mas também dos outros telejornais de rede”, disse a emissora em comunicado à imprensa. Ancorar o Jornal Nacional é visto como ápice na carreira do telejornalismo da Globo. O noticiário é o de maior audiência da televisão e relevância no país. Por esse motivo, diversos jornalistas contratados pela emissora vislumbravam uma chance de sentar na bancada do JN.

Na visão de diversos profissionais, escalando Jéssica Senra, Aline Aguiar e Márcio Bomfim, a Globo não seguiu regras claras de promoção no setor que tem direção-geral de Ali Kamel.

Ascensão meteórica na Globo
A maior bronca recai sobre a ascensão meteórica de Jéssica Senra e Aline Aguiar no canal. Em apenas um ano e dez meses como contratada da afiliada da Globo na Bahia, Senra foi promovida como âncora do principal produto de telejornalismo da emissora. Aline Aguiar assumiu o comando do local mineiro MG1 há apenas quatro meses antes de ser efetivada no rodízio do JN. No caso de Márcio Bomfim, ele não sofre tantas críticas, já que comanda há 13 anos o NE1, o jornal do meio-dia da Globo Recife.

Como exemplo, Rodrigo Bocardi, que também faz parte do rodízio aos sábados do Jornal Nacional e só estreou na bancada em 2016 após 14 anos na Globo. Depois de 26 anos no jornalismo global, César Tralli só chegou ao JN no ano de 2018. Monalisa Perrone, que saiu da Globo e assinou com a CNN Brasil, só foi escalada na ancoragem do telejornal no fim de semana em 2016, sendo contratada da emissora desde 1999.

A crise na redação da Globo quanto ao plano de carreira não deve ficar apenas na reclamação informal entre jornalistas. Uma ala defende formalizar a reclamação com a direção da casa.

Procurada, a Globo não se manifestou.

Fonte: Na Telinha
Créditos: Na Telinha