Humor

Humorista inglês faz piada com poema de Temer e ausência de Dilma

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O humorista inglês John Oliver, que apresenta o programa “Last week tonight with John Oliver” nos Estados Unidos, abordou a cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio em sua última edição. O estilo sarcástico de Oliver e sua equipe mexeu principalmente com a transmissão das emissoras de TV norte-americanas, mas sobrou também para o presidente em exercício Michel Temer e a ausência da presidente afastada Dilma Rousseff.

 

No início, Oliver afirmou que “a preparação para os Jogos do Rio vinham sendo marcado por turbulência, com o Brasil vivendo uma grande recessão, protestos nas ruas e uma epidemia do vírus da zika. Mas na sexta a NBC pediu para que esquecêssemos de tudo isso e focássemos na festa”, Na sequência aparece uma apresentadora da rede norte-americana falando de modo acidentalmente caricato “alguém disse… festa?”. Oliver ironizou dizendo que a apresentadora andou mexendo nos “estoques de caipirinha”.

 

John Oliver disse incorretamente que Dilma “foi suspensa por denúncias de corrupção” (o processo de impeachment é baseado na acusação de crime de responsabilidade da presidente afastada no caso das “pedaladas fiscais”) para ironizar uma frase dita por ela ao jornal espanhol “El País”. Dilma afirmou que se sentia uma “Cinderela” por ter participado da organização o evento e “alguém chega, toma o seu lugar e se apropria da festa”, em referência ao seu processo de afastamento.

 

“Isso é absolutamente papo furado porque a Cinderela não organizou o baile e sim a relações-públicas do príncipe para afastar os rumores de que ele era gay. Pense bem, na lista de convidados havia todas as donzelas disponíveis, era Cinderela ou Katie Holmes”.

 

Na sequência, o humorista britânico apresentou o trecho de uma reportagem sobre a vaias que o presidente em exercício Michel Temer (que ele pronunciou como “Temel”) recebeu na abertura. “Essas vaias têm sentido por algumas razões: a primeira é que ele não foi eleito e têm um plano de colocar em prática medidas de austeridade e, segundo, ele é um poeta e lançou um livro chamado “Anônima intimidade” que apresenta esse poema de verdade”. Oliver recitou na íntegra uma tradução dos versos de “Vermelho”:

 

“De vermelho
Flamejante.
Labaredas de fogo.
Olhos brilhantes
Que sorriem
Com lábios rubros.
Incêndios
Tomam contam de mim.
Minha mente
Minha alma.
Tudo meu
Em brasas.
Meu corpo
Incendiado
Consumido
Dissolvido.

Finalmente
Restam cinzas
Que espalho na cama
Para dormir.”

 

Oliver terminou dizendo “o que é interessante sobre esse poema é: nada. Mas o que é relevante sobre esse poema é que sua musa é sua esposa Marcela, que é 42 anos mais jovem. ele tem 75 anos, ela 33. Ao menos políticos americanos na faixa de 70 anos quando colocam a mão em mulheres de 30 anos, eles fazem isso com suas próprias filhas”. É uma referência ao candidato republicano Donald Trump, que disse há alguns anos que namoraria Ivanka se não fosse sua filha.
Créditos: G1