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Lula elogia STF após condenação de Bolsonaro e pede diálogo com Trump em artigo no New York Times

Lula elogia STF após condenação de Bolsonaro e pede diálogo com Trump em artigo no New York Times

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o STF e pediu um diálogo “aberto e franco” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em artigo publicado neste domingo (14) no jornal The New York Times.

No texto, Lula destacou seu “orgulho” da decisão do STF que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Segundo ele, o julgamento não foi perseguição política, mas resultado de um processo conduzido dentro da Constituição de 1988.

“Tenho orgulho do Supremo Tribunal Federal do Brasil por sua decisão histórica, que protege nossas instituições e o Estado democrático de direito”, escreveu.

Tensões comerciais e acusações

O artigo foi publicado em meio à escalada de tensões comerciais entre os dois países. Os EUA anunciaram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e ameaçam novas sanções, sob a justificativa de que houve perseguição política contra Bolsonaro. Lula rebateu: “A falta de racionalidade econômica por trás dessas medidas deixa claro que a motivação da Casa Branca é política”.

O presidente também acusou Washington de usar a política comercial e a Lei Magnitsky para tentar garantir impunidade a Bolsonaro, “que orquestrou uma tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro de 2023”.

Defesa do STF e vríticas à acusação de censura

Além de defender a atuação do STF, Lula criticou a acusação de censura nas redes sociais, classificando-a como “desonesta”. Segundo ele, a regulação busca proteger famílias de fraudes, desinformação e discurso de ódio. Também destacou avanços como o Pix, alvo de investigação comercial americana, e a redução pela metade do desmatamento na Amazônia durante seu governo.

Relações Brasil-EUA e soberania

Apesar das críticas, Lula afirmou que quer manter canais abertos com Trump: “Presidente Trump, permanecemos abertos a negociar tudo que possa trazer benefícios mútuos. Mas a democracia e a soberania do Brasil não estão na mesa de discussão”.

Para o petista, a relação histórica de mais de 200 anos entre os dois países deve prevalecer sobre disputas momentâneas. “Quando os Estados Unidos viram as costas ao Brasil, todos perdem”, concluiu.