Suspeitas

Fundada por irmãos roqueiros, Prevent Senior faturou R$ 4,3 bilhões no primeiro ano da pandemia, diz jornal

Alvo de denúncias por supostas condutas anticientíficas e antiéticas no tratamento de pacientes com covid-19, a Prevent Senior é uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, com mais de meio milhão de clientes, principalmente idosos.

Alvo de denúncias por supostas condutas anticientíficas e antiéticas no tratamento de pacientes com covid-19, a Prevent Senior alcançou o faturamento líquido de R$ 4,3 bilhões, em 2020, contra R$ 3,6 bilhões em 2019. As inforamções foram veiculadas nesta quarta-feira (22) no Estadão.

No fim do ano passado, eram 505.192 clientes. Hoje, são 540.623, conforme os dados mais atualizados, de junho, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Trata-se de uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, com mais de meio milhão de clientes, principalmente idosos.

A empresa, que inaugurou o primeiro hospital de sua rede em 1997, enfrenta uma crise por causa da suposta oferta de tratamento precoce e do chamado “kit covid” a pacientes com suspeita ou diagnosticados com o novo coronavírus. Além disso, a empresa teria ocultado mortes em estudo de baixa qualidade usado para disseminar a narrativa de que a hidroxicloroquina e o próprio tratamento precoce seriam eficazes contra a doença. O presidente Jair Bolsonaro chegou a citar tal estudo para defender o uso do medicamento.

Os primeiros pacientes com a covid-19 no Brasil foram atendidos no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. Trata-se da principal rede hospitalar da Prevent. A primeira morte reportada no País também ocorreu na unidade.

Segundo o Estadão, de acordo com dossiê elaborado por médicos da Prevent e encaminhado à CPI, com o avanço da pandemia, a operadora disseminou tratamentos com remédios ineficazes em uma estratégia para conter custos e que acabou usada para reforçar o discurso “pró-cloroquina” de Bolsonaro. A empresa, hoje, alega que se apegava ao que poderia trazer esperança de salvar vidas. Segundo o dossiê, os médicos receitaram o “kit covid” mesmo para pacientes não testados e sem sintomas graves.

A cúpula da companhia atribuía abertamente a recuperação de seus pacientes a medicamentos que não funcionam contra a covid, como a hidroxicloroquina. Em uma entrevista, Pedro Benedito Batista Jr, diretor-executivo da empresa, afirmou que “entre os dias zero e três da contaminação, a cloroquina evita a internação em 95% dos casos”. Atualmente, há diversos estudos assegurando que a droga não funciona para nenhum tipo de paciente com a covid. A Organização Mundial de Saúde, inclusive, atestou que a hidroxicloroquina é contra-indicada para combater a doença.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba