The Intercept

'Há mais fofocas do que fatos', diz Barroso sobre vazamento e hackers; VEJA VÍDEO

A declaração foi dada durante uma palestra em São José dos Campos (SP), nesta sexta-feira (2). Ele participava de um evento da Associação Comercial e Industrial da cidade.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso minimizou as mensagens vazadas da Lava-Jato que vêm sendo publicados pelo site The Intercept Brasil desde junho. Para ele, “é difícil entender a euforia que tomou muitos setores da sociedade diante dessa fofocada produzida por criminosos”. A declaração foi dada durante uma palestra em São José dos Campos (SP), nesta sexta-feira (2). Ele participava de um evento da Associação Comercial e Industrial da cidade.

Barroso disse que é preciso estar atento, “porque parte da agenda brasileira hoje foi sequestrada por criminosos”. Afirmou ainda que considera impressionante a quantidade de pessoas que estão “eufóricas” com os hackers, “celebrando o crime”.

Além das manifestações sobre o ataque virtual, o ministro opinou sobre o conteúdo das mensagens. Segundo ele, “há mais fofocas do que fatos relevantes, apesar do esforço de se maximizarem esses fatos”.

— Nada encobre o fato de que a Petrobras foi devastada pela corrupção. Não importa o que tenha, não importa o que saia nas gravações (…). Nada encobre a corrupção sistêmica, estrutural e institucionalizada que houve no Brasil

— afirmou o ministro, em uma defesa da Lava-Jato que foi aplaudida pelos presentes.
O Intercept publicou as primeiras conversas no dia 9 de junho. O site informou, na época, que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo.

O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, no aplicativo Telegram, a partir de 2015. Outros veículos têm publicado reportagens baseadas nos diálogos, dentre eles a Folha de S.Paulo.

As conversas revelam que Moro chegou a sugerir ao Ministério Público Federal (MPF) trocar a ordem de fases da Lava-Jato.

Segundo o Código de Processo Penal, “o juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes” se “tiver aconselhado qualquer das partes”. Afirma ainda que sentenças proferidas por juízes suspeitos podem ser anuladas.

Já o Código de Ética da Magistratura diz que “o magistrado imparcial” é aquele que mantém “ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito”.

Moro tem repetido que não reconhece a autenticidade das mensagens, mas que, se verdadeiras, não contêm ilegalidades. No dia 23 de julho, quatro pessoas foram presas sob suspeita de hackear as contas do Telegram de autoridades.

Walter Delgatti Neto, um dos suspeitos, disse em depoimento à Polícia Federal que as mensagens que obteve foram encaminhadas de forma anônima, voluntária e sem cobrança ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.

Veja vídeo

Fonte: Gauchazh
Créditos: Gauchazh