Logo na abertura da leitura do relatório em que pedirá a condenação de Jair Bolsonaro (PL) como articulador do núcleo crucial da organização criminosa que tentou um golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou um recado a Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), Donald Trump e figuras do Centrão que tramam uma forma de evitar a prisão do ex-presidente alegando que o país deve passar por uma “pacificação” com a anistia.
“Nesses momentos, a história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação, pois o caminho aparentemente mais fácil, e só aparentemente, que é da impunidade, que é da omissão, deixa cicatrices traumáticas na sociedade e corrói a democracia, como lamentavelmente o passado recente do Brasil demonstra”, afirmou.
Moraes detalhou o devido processo legal, defendeu o respeito à Constituição e ressaltou que não se pode confundir pacificação com apaziguamento, usando um termo comum nas relações internacionais para definir a estratégia diplomática na qual se fazem concessões a uma potência agressiva para evitar a guerra.
“A pacificação do país, que é o desejo de todos nós, a pacificação do país depende do respeito à constituição, da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições, não havendo possibilidade de se confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, que significa impunidade e desrespeito à constituição federal, e mais, significa incentivo a novas tentativas de golpe de Estado”, afirmou.
Fonte: Fórum