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Demissão em massa em prefeitura levanta suspeitas de motivações políticas em ano eleitoral

Desde a última sexta-feira (22), a Prefeitura de Salvador enfrenta várias críticas e protestos, após uma série de demissões em massa de funcionários que trabalham como merendeiras, recepcionistas, auxiliares infantis e auxiliares de limpeza em creches públicas e escolas municipais da capital. O SINTRAL Bahia, sindicato representante dos trabalhadores do setor, suspeita de motivações políticas por trás das demissões, especialmente considerando o contexto do ano eleitoral de 2024.

Foto: divulgação

Desde a última sexta-feira (22), a Prefeitura de Salvador enfrenta várias críticas e protestos, após uma série de demissões em massa de funcionários que trabalham como merendeiras, recepcionistas, auxiliares infantis e auxiliares de limpeza em creches públicas e escolas municipais da capital. O SINTRAL Bahia, sindicato representante dos trabalhadores do setor, suspeita de motivações políticas por trás das demissões, especialmente considerando o contexto do ano eleitoral de 2024.

Maurício Roxo, presidente do SINTRAL Bahia, afirma que o cenário é nebuloso. “Enquanto lidamos com estas demissões repentinas, o prefeito Bruno Reis parece mais focado em aparecer ao lado de celebridades, em camarotes, do que em resolver os problemas dos trabalhadores”, reclama. Para o dirigente, a escolha da data para as demissões parece não ser por acaso, mas algo planejado. “Parece até uma estratégia do prefeito, voltar as atenções para as festas de fim de ano, para o Réveillon de Salvador, e na surdina liberar cargos para favores políticos eleitorais”, alerta.

Com o passar dos dias, a situação vem se agravando, com vários trabalhadores desesperados, por serem pegos de surpresa em receber o aviso no fim de ano. É o caso de Cristiane dos Santos, 38 anos, Auxiliar de Desenvolvimento Infantil na Escola Municipal Piratini, zona leste da capital baiana. Após receber o aviso prévio, a funcionária sofreu um infarto nesta quinta-feira (28). “Fui para a UPA, com princípio de infarto e, para piorar, o plano de saúde que a empresa contratada pela prefeitura oferece não foi aceito em nenhuma das urgências dos hospitais credenciados, pois não cobre problema cardiológico. Vou entrar em 2024 hospitalizada e desempregada, sem saber o que aconteceu para me demitirem”, relata.

Protestos ignorados

O sindicato protocolou ofícios, mas não obteve resposta ou posicionamento oficial sobre as demissões. Os documentos foram entregues durante um protesto em frente à Secretaria Municipal de Gestão (SEMGE), cobrando explicações do prefeito Bruno Reis e do secretário Rodrigo Alves, mas os apelos foram ignorados.

De acordo com o SINTRAL, o ritmo das demissões foi drasticamente reduzido após os protestos, o que leva o sindicato a crer numa suspensão temporária dos avisos prévios como resposta direta às ações dos últimos dias.

A Superintendência Regional do Trabalho ainda não se manifestou sobre o caso. O presidente do SINTRAL Bahia planeja procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho no início de janeiro para buscar justiça. “A situação da Cristiane e outros trabalhadores demitidos reflete a gravidade do descaso da administração municipal. Vamos lutar para que não haja mais demissões e para que os demitidos sejam recontratados”, assegura Roxo.

 

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba