quadrilha investigada

Comparsa de blogueira zomba de prisão: “Foto para guardar na cadeia”

Apontado como o chefe de uma quadrilha investigada por golpes aplicados em usuários de WhatsApp, Alexandre Navarro Júnior, de 28 anos, fez piada sobre a possibilidade de ser preso, de acordo com gravações obtidas na investigação da Polícia Civil de Santa Catarina e divulgadas pelo jornal Extra.

Apontado como o chefe de uma quadrilha investigada por golpes aplicados em usuários de WhatsApp, Alexandre Navarro Júnior, de 28 anos, fez piada sobre a possibilidade de ser preso, de acordo com gravações obtidas na investigação da Polícia Civil de Santa Catarina e divulgadas pelo jornal Extra.

Navarro Júnior é acusado de atuar em conjunto com a blogueira carioca Rayane da Silva Figliuzzi (foto em destaque), de 24 anos, que atualmente está em prisão domiciliar. Eles são noivos.

Em um dos diálogos anexados ao processo, um integrante do grupo envia a foto de uma carteira com ao menos 20 cartões de crédito. E Navarro Júnior ironiza: “Boa foto para guardar de recordação na cadeia, condenado por três anos”.

Outra suposta integrante do grupo, que atuava como “telefonista”, reage: “Que horror”. A condenação pode ser de 1 a 5 anos de prisão para pessoas condenadas por estelionato, pela primeira vez, na Justiça.

Navarro Júnior seria o líder do grupo, conhecido como “Família Errejota“, especializado em crimes de estelionato praticados principalmente contra idosos – os alvos preferenciais nesse tipo de golpe.

Família Errejota

O nome do suposto grupo criminoso, segundo a investigação, faz alusão ao Rio de Janeiro, já que os golpes eram organizados a partir de um apartamento em Copacabana. Os policiais encontraram conversas dos suspeitos, em grupos do WhatsApp, nos celulares apreendidos, que, de acordo com a PCSC, também eram usados para organizar os crimes.

Segundo a investigação, o apartamento em Copacabana funcionava como base operacional do suposto grupo criminoso, que, de acordo com a polícia, tinha cinco ou seis telefonistas que entravam em contato com dezenas de vítimas diariamente no Sul do país.

Rayane, conhecida como Ray e que acumula cerca de 88 mil seguidores nas redes sociais, foi presa no último dia 13, em um restaurante na Rua Mônica Quintella, no centro de Areal, na região serrana do Rio de Janeiro. No entanto, ela cumpre prisão domiciliar.

Compras suspeitas

Na ligação, segundo os policiais, as telefonistas simulavam ser funcionárias de instituições bancárias e fingiam que queriam alertar as vítimas sobre compras suspeitas feitas com cartão de crédito. Em seguida, as mulheres pediam que a pessoa do outro da linha contatasse o número do banco no verso do cartão e repassasse diversos dados, entre eles a senha.

O suposto grupo criminosos, de acordo com a polícia, tinha um esquema para simular ainda mais veracidade durante o golpe. O primeiro telefonema não era de fato encerrado, e outro suspeito fingia atender a vítima, para mostrar que havia mais de um departamento do falso banco atento a resolver o problema.

Em seguida, as vítimas eram convencidas a quebrar o cartão de crédito ao meio, para não danificar o chip. No passo seguinte, a quadrilha informava que um funcionário do banco encontraria a vítima, pessoalmente, para recolher o cartão descartado e assinar documentos que atestariam não ser ela a autora das compras que teriam sido fraudadas.

“Lista de pobres foi ruim”

Depois, em local previamente combinado com a vítima, Gabriel a encontrava, sempre bem vestido, com ternos e crachás falsos dos bancos. A estratégia era, mais uma vez, dar o maior ar de veracidade e tirar qualquer desconfiança por parte das vítimas.

Em outras conversas no WhatsApp, os supostos criminosos citam o perfil das vítimas em cada região. “O que estão achando das listas, das penas, de retorno, de tudo? O Juninho está cogitando mudar de cidade se Curitiba continuar não rendendo. Porque a lista de pobres foi ruim, e a de rico também está”, diz ela. “Péssimo, horrível”, responde um comparsa.

O suposto grupo criminoso também xinga gerentes de banco que alertam clientes sobre o esquema. “Desliguei, estava tramando com o gerente. Ele mandou um áudio pra ele falando que era golpe e que já fazia uns dias que estávamos atacando a região”, afirma uma das telefonistas do grupo. “Hoje o ‘fdp’ do meu estava fazendo a mesma coisa”, retruca outra. “Dá um ódio”, responde a primeira.

Prisão domiciliar

A Justiça decretou a prisão preventiva de Rayane, Juninho e outros membros do suposto grupo criminoso em novembro de 2021.

Contudo, no dia 19 de janeiro, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) concedeu à blogueira carioca o direito à prisão domiciliar, por causa do filho recém-nascido que ela tem com Alexandre, antes mesmo de ela ser presa no restaurante carioca.

Outras suspeitas também estão em prisão domiciliar. São elas: Maiara Alves Teixeira, Isabela de Oliveira Dolores, Joyce Kelen Farias da Silva e Yasmin Navarro, irmã de Juninho e também blogueira.

Além das cinco mulheres em prisão domiciliar, o único réu já localizado pela foi polícia foi justamente Henrique de Lima Varrichio, responsável por coletar os cartões quebrados pelas vítimas.

Henrique foi encontrado com cartões de vítimas e maquininhas em um imóvel na Avenida Trompowsky, uma das regiões mais nobres e valorizadas de Florianópolis. Foi a partir dele, também integrante do grupo “Família Errejota”, que a polícia conseguiu chegar aos outros investigados, que permanecem foragidos, assim como Juninho, um dos comandantes do suposto grupo criminoso.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba