Muitos programas vivem de explorar a boa vontade e a sede por fama de personagens coadjuvantes na mídia. Alguns deles foram realmente famosos e hoje vivem a penosa fase do pós-auge.
Mas a maioria ainda é aspirante à fama e topa se submeter a qualquer situação – até bizarras e humilhantes – para aparecer na TV.
Tudo indica que a produção do Programa do Porchat fez esse julgamento equivocado de Rita Cadillac, a mais popular ex-chacrete.
Talvez tenham deduzido que, por ela não ser uma estrela do primeiro time e já ter feito filme pornô por dinheiro e visibilidade, toparia qualquer coisa por uns 15 minutos de evidência na tela da Record.
De acordo com o relato da própria artista, o âncora do talk show propôs que ela vestisse um shortinho e marcasse seu famoso bumbum no cimento fresco (ou material semelhante) de uma certa ‘Sarjeta da Fama’.
Correr atrás de alguém para obrigá-lo a vestir a ‘sandália da humildade’, como fazia o pessoal do Pânico, é uma brincadeira aceitável ainda que potencialmente invasiva.
Agora sugerir que uma pessoa merece tão somente a ‘sarjeta’, ainda que alegoricamente, ultrapassa o limite do bom senso, do humor e do respeito. Impossível interpretar a proposta feita pelo apresentador sem considerar a intenção pejorativa da mesma.
Caso Rita Cadillac tivesse sido consultada e topado a brincadeira, a produção estaria isenta de críticas. Contudo, a ex-chacrete afirma ter entrado no estúdio para gravar sem saber exatamente que aconteceria. Teria sido vítima de uma pegadinha.
Faltou empatia à equipe da atração para se colocar no lugar de quem receberia tal ‘homenagem’ diante das câmeras.
Sobrou machismo ao concluir que Rita não teria problema com a superexposição do corpo, uma vez que sempre promoveu os atributos físicos, e também insensibilidade por não prever que poderia ficar ofendida pelo lugar reservado a ela no purgatório das subcelebridades inventado no programa.
Fica a lição: nem todo mundo está disposto a pagar um preço alto para se exibir na TV.
Fonte: Terra