Bom Tempo

FESTIVAL DE CANNES: Filme com Robert Pattinson nasce com vocação cult

Bom Tempo seria, ou é, o Drive 2017, mas, para dizer a verdade, se tivesse mais sexo que pancadaria a aproximação mais adequada seria com Depois de Horas, de Martin Scorsese, premiado nos anos 1980.

E o 70.º festival vai chegando ao fim. Embora a premiação só ocorra no domingo de noite, nesta sexta, 26, passam os últimos filmes concorrentes – o turco-alemão Fatih Akin assina In the Fade, e proporciona a Diane Kruger seu primeiro grande papel no cinema da Alemanha; a inglesa Lynne Ramsay concorre com You Were Never Really Here, com Joaquin Phoenix.

Duas histórias explosivas, de vingança – Diane não pensa em outra coisa senão em vingar o marido e o filho, mortos num ataque terrorista; e Phoenix faz um veterano brutal que parte à caça da filha de um senador, que foi sequestrada, e se envolve numa trama de corrupção e violência.

No sábado, Roman Polanski faz o encerramento com Based in a True Story, Baseado numa História Real, com sua mulher, Emmanuelle Seigner, e Eva Green. Uma escritora de sucesso se envolve com uma mulher misteriosa, e curiosamente chamada Elle, como o título do thriller de Paul Verhoeven com Isabelle Huppert, que fez sensação no ano passado aqui mesmo na Croisette.

O sábado também verá o anúncio dos prêmios da crítica (Fipresci, a Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica) e da seção Un Certain Regard. Vale destacar que essa etapa final do festival está sendo marcada pelo cinema de gênero. A sexta começou com um concorrente dos EUA – Good Time, dos irmãos Benny e Josh Safdie. O filme já nasceu com a vocação de cult e a muita gente fez lembrar Drive, de Nicolas Winding Refn.

Dois irmãos (Robert Pattinson e o codiretor Ben) assaltam banco em Nova York. A fuga é uma sucessão de erros que cria a espiral de violência. O título só pode ser irônico – ‘Bom Tempo’ vai contra o que bate na tela, exatamente como Happy End não define o filme de Michael Haneke que também participa da competição.

Bom Tempo seria, ou é, o Drive 2017, mas, para dizer a verdade, se tivesse mais sexo que pancadaria a aproximação mais adequada seria com Depois de Horas, de Martin Scorsese, premiado nos anos 1980. A noite trouxe outro thriller, o psicanalítico L’Amant Double/O Amante Duplo, do francês François Ozon. Marine Vacth faz uma mulher que sofre de dores no ventre.

Não encontrando nada que justifique o sofrimento de sua paciente, uma médica a aconselha a procurar um psiquiatra. Entra em cena Jérémie Renier, de quem Marina se torna amante.

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Fonte: Estadão