Parlamentares bolsonaristas decidiram romper o recesso parlamentar, que teria início nesta segunda-feira (21), para prestar homenagens ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, restrição ao uso de redes sociais e recolhimento domiciliar noturno.
Segundo informações apuradas, sessões extraordinárias foram convocadas nas Comissões de Relações Exteriores e de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, dominadas por membros da extrema direita, para votar moções de “apoio, louvor e solidariedade” ao ex-presidente.
O movimento foi articulado por Silas Malafaia e pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que coordenaram ligações ao longo do fim de semana com integrantes das bancadas do PL e do Novo, pedindo mobilização imediata. A articulação também contou com o apoio de Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro e presidente nacional do PP, partido que agora controla a maior bancada da Câmara após federação com o União Brasil.
Ainda nesta segunda, Bolsonaro deve comparecer ao Congresso para alinhar estratégias com os aliados e deve conceder uma coletiva de imprensa no final da tarde, antes do horário limite imposto por Alexandre de Moraes, relator das investigações no STF.
Recepção e mobilização da base bolsonarista
No domingo à noite (20), o deputado Sóstenes recepcionou no aeroporto de Brasília parlamentares bolsonaristas como Marcel Van Hattem (Novo-RS), Zé Trovão (PL-SC) e o senador Magno Malta (PL-ES), reforçando o clima de mobilização da base mais fiel do ex-presidente.
Estratégias e narrativas políticas
Nos bastidores, a movimentação é vista como tentativa de transformar as restrições judiciais impostas a Bolsonaro em narrativa de perseguição política, reacendendo o discurso de mártir que alimenta sua base mais radical.