
Cabedelo - Uma sessão marcada por reviravolta e embates escancarou fissuras dentro da Câmara Municipal de Cabedelo, nesta terça-feira (29), com a aprovação apertada de uma moção de retratação ao presidente da Companhia Docas da Paraíba, Ricardo Barbosa. A medida anula a moção de “persona non grata” de 2023, reconhecendo agora os avanços na gestão do Porto da cidade.
O requerimento, defendido por sete vereadores elogia os “investimentos estruturantes” realizados por Barbosa e seu compromisso com o desenvolvimento de Cabedelo. Mas a votação, longe de ser pacífica, virou palco de confusão, comemoração precipitada e correção regimental.
Dos 15 parlamentares, apenas Evilásio Cavalcanti se retirou da votação. A princípio, a moção parecia rejeitada, gerando comemoração entre os opositores. Porém, os vereadores Márcio Silva, Júnior Datele, Saulo Dantas, Júnior Paulo, Edglay Ramalho, Fabrício Magno e Alex Lucena — que votaram a favor — solicitaram recontagem ao perceberem que o vice-presidente Pereira, que presidia a sessão, votou duas vezes — o que contraria o regimento, que só permite voto da presidência em caso de empate.
Com a anulação dos votos irregulares de Pereira, o placar virou: 7 a 6. Moção aprovada.
Votaram contra: Edvaldo Neto (presidente da Câmara), Pereira (vice-presidente), Wagner Solanense (2º vice-presidente), Moisés do Meninas Bar (líder do governo), Ubiraci Bira (vice-líder do governo), Édson da Ótica e Rey. Ou seja, toda a cúpula da Mesa Diretora e a liderança do governo municipal foram contrárias à retratação.
Crise na Câmara de Cabedelo
O resultado acendeu um alerta sobre o grau de coesão da base aliada na Casa, revelando um desalinhamento evidente entre a Mesa Diretora e a maioria dos vereadores — em contraste com a boa relação institucional mantida entre o prefeito André Coutinho, o governador João Azevêdo e o presidente da Docas.
A noite terminou sob tensão, discursos acalorados e um recado claro: a Câmara está rachada — e a política cabedelense em ebulição.