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Entenda o bitcoin, moeda virtual pedida como resgate no megaciberataque

Entenda o bitcoin, moeda virtual pedida como resgate no megaciberataque George Frey,AFP/AFP

Foto: George Frey,AFP / AFP

No megaciberataque global deflagrado na sexta-feira passada (13), os criminosos exigiram o pagamento em bitcoins (moedas virtuais) para reativar os sistemas infectados, que fizeram milhares de vítimas em, pelo menos, 150 países, incluindo o Brasil – por aqui, até o atendimento do INSS foi afetado. Criado no ambiente da internet em 2009, o bitcoin não tem nota nem moeda. É virtual.

– Os hackers usaram bitcoin porque não tem como, de forma fácil, fazer um mapeamento para um local físico – explica Rodrigo Righi, doutor em computação e professor de Computação Aplicada da Unisinos.

Abaixo, Righi esclarece as principais dúvidas sobre o bitcoin:

O que é
– É uma moeda baseada em criptografia e em um sistema de pagamento digital.
– Pode ser enviada e recebida pela internet, sendo difícil de ser rastreada.
– Não existem notas ou moedas bitcoins.
– O dinheiro é puramente virtual. Cada pessoa tem uma carteira virtual para guardar a moeda, que pode ser acessada de qualquer lugar.

Como conseguir
– É possível aceitar pagamentos por serviços ou produtos em bitcoins. É preciso criar um carteira (similar a uma conta no banco) em sites indicados pelo Bitcoin.
– Casas de câmbio virtuais aceitam depósitos.
– É possível ganhar bitcoins em mineração competitiva. A mineração é o nome popular do processo em que computadores de usuários adicionam transações ao registro público do bitcoin e ganham bitcoins em recompensa.

Como fazer transações
– Para cada transação, um endereço bitcoin é gerado, e os computadores dos outros usuários verificam a autenticidade.
– O computador de cada usuário que está conectado acaba tendo funções de servidor e cliente.
– A autenticidade de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços enviados, permitindo que todos os usuários tenham controle total sobre o envio de bitcoins dos seus próprios endereços.

Taxas
– Existe uma taxa de cada transação cobrada pelo site Bitcoin, que é repassada aos mineradores para incentivar a mineração.
– Como ainda não há regulação específica sobre isso no Brasil, não há incidência de impostos.

Banco
– Existem caixas eletrônicos de bitcoins, mas as transações não são reguladas por nenhuma instituição.
– As operações realizadas são de conversão da moeda local em bitcoin.
– É possível depositar uma quantia em real e enviar o equivalente em bitcoin para uma carteira. De acordo com o site Coin ATM Radar, que monitora a disponibilidade de caixas da moeda, são 1.189 caixas em 58 países. No Brasil, há um: na Faculdade de Informática e Administração Paulista, em São Paulo.

Roubo
– O bitcoin se nomeia a rede mais transparente do mundo.
– Em caso de problema na transação ou até mesmo roubo (que pode acontecer, caso o computador esteja desprotegido), não há a quem recorrer, por não existir um banco ou autoridade central.

Quanto vale 
– Existe uma cotação. Como não há uma bolsa de valores central que possa denominar o valor, cada agência de câmbio de bitcoin costuma oferecer uma calculadora para fazer a conversão. O Google oferece um serviço de conversão neste site.
– Nesta terça-feira (16), um bitcon equivalia a R$ 5,4 mil.

Onde usar
– Principalmente em plataformas online.
– No Brasil, o bitcoin é pouco difundido como forma de pagamento a empresas.

 

Fonte: Zero Hora