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Menor lamenta não ter matado garota após tortura em GO: 'Somos frouxas'

Ao relatar o que aconteceu, uma das menores, de 14 anos, se indignou porque a vítima conseguiu escapar. “Todo mundo aqui estava com raiva dela. Porque ela não gosta da gente por causa desse negócio de namoradinho. No nosso pensamento, íamos bater nela, ela ia morrer e nós íamos enterrar ela. Só que aí não deu certo porque nós somos a frouxa, sabe. Nós não damos conta de começar o serviço e terminar”, disse.

Todas as envolvidas se conhecem e estudam na mesma escola. A menina foi atraída para a casa de uma das suspeitas na última quinta-feira (29) sob o pretexto que haveria uma festa no local. Ao chegar, no entanto, foi esfaqueada e agredida com pedaço de pau e um facão em uma sessão de tortura que durou quase 4 horas.

Até mesmo uma cova foi feita ano quintal da casa para que a menina fosse sepultada. “Elas me chamaram até a casa delas e, chegando lá, elas começaram a me bater, me amarraram, me mostraram onde eu iria ser enterrada. Nisso, me deram uma facada e me colocaram na cova. Pensava só que eu ia morrer”, afirma.

A garota só conseguiu escapar depois de um descuido do grupo, que saiu para lavar as mãos – repletas de sangue – e deixou a menina sem nenhuma vigia. Ela pediu ajuda na rua, foi levada a um posto de saúde, medicada e liberada.

A mãe da menina torturada disse que as duas tiveram que mudar de casa depois do que aconteceu. “As cicatrizes dela são por fora, mas a minha vai ser por resto da vida. Eu não consigo. Até agora acho que não caiu minha ficha ainda”, desabafa.

Adolescente de 14 anos levou socos, pauladas e facadas, em Trindade, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Ex-namorado
Segundo a delegada Renata Vieira, responsável pelo caso, a vítima estava contando com a ajuda do ex-namorado de uma das suspeitas para organizar sua festa de 15 anos. O fato teria provocado ciúmes e culminado com a tortura.

“As menores afirmaram que a vítima ficou com esse rapaz. Esse seria o principal motivo. Elas eram colegas de escola, e uma delas a conhecia há pelo menos dez anos”, disse aoG1.

Internação
O grupo foi apreendido e apresentado ao Poder Judiciário. O Ministério Público representou pela internação, que foi aceita pela juíza Karine Spinelli. “É assustador. Realmente eu ainda não tinha me deparado com uma situação dessa. E a gente observa a frieza nas confissões e a crueldade com que os atos foram praticados”, afirmou.

Por enquanto, as garotas estão em uma cela isolada da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) à espera de vaga em algum Centro de Internação, onde devem ficar por pelo menos 45 dias. Esse é o prazo para o judiciário definir se elas devem ou não permanecer internadas.

A delegada disse que as menores serão indiciadas pelo ato infracional análogo aos crimes de tortura e tentativa de homicídio. Se condenadas, podem ficar no máximo três anos internadas.

Fonte: G1