Uma denúncia exibida no telejornal SBT Brasil expôs um caso grave em João Pessoa, envolvendo a atuação de planos de saúde e a morte de pacientes que aguardavam autorização para procedimentos médicos de urgência.
Segundo a reportagem, familiares acusam um médico consultor de um plano de saúde de ter negado cirurgia a Carlos, paciente que precisava de um procedimento neurológico de emergência.
O atraso foi fatal: Carlos e sua esposa, que o acompanhava, contraíram pneumonia no hospital e morreram com poucos dias de diferença.
“Foi verdadeiramente um terremoto nas nossas vidas e a gente vendo que o plano de saúde estava negligenciando. O meu irmão pagou com a vida, juntamente com a esposa, e não precisava de cuidados? Onde é que está esse plano de saúde que só visa dinheiro?”, desabafou, José Ferreira, o irmão da vítima em entrevista.
O mesmo médico, identificado como Valdir Delmiro Neves, membro do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, também é apontado em outros casos semelhantes. Ele é acusado de reclassificar procedimentos urgentes como eletivos e de orientar alternativas mais baratas às operadoras.
Apesar das denúncias, processos no CRM-PB foram arquivados.
Três sindicâncias chegaram a ser abertas contra o médico, Valdir Delmiro Neves, no Conselho Regional de Medicina, mas foram arquivadas.
O caso ganhou novos contornos quando a documentação chegou ao Ministério Público Federal (MPF), que passou a questionar a conduta do Conselho Federal de Medicina diante das acusações.
O caso ganhou ainda mais gravidade quando o neurocirurgião José Ramalho, que acompanhou parte dos pacientes prejudicados, decidiu denunciar o que considera um esquema de atuação irregular dos planos de saúde. Para ele, as negativas não se tratam apenas de falhas pontuais, mas de uma prática organizada em todo o país:
“O parecer ele não é técnico, é um parecer que ele se assemelha muito mais a uma ação de um agente financeiro da operadora de saúde na tentativa de coibir, restringir o tratamento de paciente na perspectiva de gerar economia, mesmo que essa economia venha a respeito da autonomia profissional e principalmente a saúde do paciente. Isso não é uma questão pontua. Isso está sendo feito em forma sistemática, não apenas aqui, em todo o território nacional.”
Outro lado
Em nota, o Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que não comenta casos concretos e que qualquer manifestação neste momento configuraria pré-julgamento.
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) afirmou que todos os procedimentos e processos da corregedoria são apurados e conduzidos sob sigilo, conforme determina a legislação vigente.
Já o Ministério Público Federal (MPF) declarou que a documentação recebida está sendo analisada para que o procurador responsável decida se abre ou não uma investigação oficial.
A Unimed João Pessoa disse que as decisões do plano de saúde são baseadas em critérios técnicos e regulatórios. A operadora alegou ainda que eventos adversos podem ocorrer mesmo quando todos os protocolos são seguidos e ressaltou estar comprometida em esclarecer os fatos.
Fonte: Fonte 83
Créditos: Polêmica Paraíba