Assédio

Hacker que invadiu sistema de câmeras de zoológico dava close nos seios de mulheres

Medo, subjugação e assédio faziam parte da rotina diária de mulheres que trabalhavam nas bilheterias do Jardim Zoológico de Brasília. Denúncias feitas pelas funcionárias do local à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vieram à tona após o ex-chefe da área de tecnologia da informação (TI), Marcelo de Medeiro Gomes ser alvo da Operação Animals, deflagrada pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) nesta quarta-feira (14/9).

Medo, subjugação e assédio faziam parte da rotina diária de mulheres que trabalhavam nas bilheterias do Jardim Zoológico de Brasília. Denúncias feitas pelas funcionárias do local à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vieram à tona após o ex-chefe da área de tecnologia da informação (TI), Marcelo de Medeiro Gomes ser alvo da Operação Animals, deflagrada pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) nesta quarta-feira (14/9).

De acordo com uma das mulheres, Marcelo usava o circuito de câmeras de segurança instalado no local para vigiar, ameaçar e até aproximar o foco das lentes sobre os seios das funcionárias. “Ele dava zoom nos nossos celulares para ler as mensagens e dava close nos seios, além de tirar fotos”, disse uma das vítimas, que preferiu manter a identidade em anonimato.

As mulheres que trabalhavam na bilheteria do Jardim Zoológico se sentiam intimidadas, assustadas e eram constantemente assediadas pelo ex-chefe da TI. Marcelo começou a trabalhar no Zoo para prestar serviço comunitário, em cumprimento de pena. No entanto, após algum tempo, foi contratado por uma empresa terceirizada e assumiu a equipe de TI do local.

Outra mulher relatou à coluna que trabalha na bilheteria no Zoológico de Brasília há cerca quatro anos. Ela reforçou que Marcelo tinha uma relação conturbada com diversos funcionários e que foi desligado da Fundação Jardim Zoológico em 31 de março de 2022. O ex-funcionário intimidava os colegas de trabalho e também costumava amedrontá-los, com ameaças de demissão, segundo a testemunha.

“Ele criava grupos de WhatsApp e adicionava todos os servidores do local [do Zoo], com objetivo de causar intriga. Devido às armações, sete funcionários foram demitidos. Não entendo o motivo de tanto ódio e perseguição. Vi que me tornei um dos alvos por não ter tanta condição financeira, por ser mulher e mais nova. Chego a temer pela minha vida, devido ao temperamento imprevisível, vingativo e agressivo dele”, desabafou a funcionária, que registrou ocorrência contra ele na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), por difamação e injúria.

Ameaçados, os funcionários reuniram uma série de provas que levaram ao desligamento de Marcelo do Zoo. No entanto, por volta das 12h30 de 31 de maio último, após a demissão do investigado, o serviço de internet e o sistema de bilheteria do zoológico ficaram inativos. No dia seguinte, toda a rede de internet da fundação parou de funcionar, e 400 mil arquivos foram deletados.

“Ele desenvolveu o sistema da bilheteria. Tinha acesso a todas informações, incluindo os dados dos servidores. Instalou câmeras na bilheteria e acompanhava tudo de casa. Chamava a bilheteria de Big Brother e se intitulava ‘Marcelo Bial’. O assédio era muito forte, pois ele controlava tudo. Monitorava até o tempo que demorávamos no banheiro. Enviava fotos dos trabalhadores no grupo e fazia ameaças. Algumas pessoas chegaram a denunciá-lo na ouvidoria, mas ele entrava no sistema e apagava as denúncias”, detalhou.

Em nota, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília informou que “acompanha e colabora com a Operação Animals” e que aguarda a conclusão da investigação.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba