"duas vezes por semana"

ATITUDE POLÊMICA: Mulher diz que amamenta o noivo e casal é criticado por promover a sexualização da amamentação

Uma mulher, mãe de duas crianças, relatou em um documentário exibido em uma rede de TV britânica que amamenta seu namorado duas vezes por semana.

Uma mulher, mãe de duas crianças, relatou em um documentário exibido em uma rede de TV britânica que amamenta seu namorado duas vezes por semana. Lana Michaels contou que sentia muita falta da época em que dava de mamar para seus dois filhos, hoje com 11 e 7 anos, e então decidiu amamentar seu parceiro, Shawn.

Lana o conheceu em 2019, por meio de um aplicativo de namoro, e afirma que eles nunca se sentiram tão próximos. Em entrevista ao tabloide britânico The Sun, ela disse que amamentou seu filho mais velho por oito meses e a caçula por dois anos. “Não quero ter outro bebê e meus filhos estão muito velhos para amamentar agora, mas gostei da ideia de amamentar o Shawn”, revelou.

O casal, que tem um relacionamento aberto, vivia em em Edimburgo, no sul da Inglaterra, mas decidiu se mudar para Murcia, na Espanha, pouco antes da pandemia, em fevereiro de 2020. Lana diz que sempre gostou de experimentar coisas novas em seus relacionamentos, então, começou a pesquisar sobre a amamentação e percebeu que ela poderia voltar a ter leite se tomasse um suplemento [existem estratégias que estimulam a produção de leite, mas sempre é necessário consultar um médico antes de realizar qualquer processo]. “Depois de três dias, eu tive uma gota de leite no meu seio e Shawn começou a sugar para fazer o leite fluir”, afirmou a mulher.

Segundo Lana, a produção de leite acaba deixando seus seios maiores: “Eu me sinto mais sexy e mais feminina. A energia flui entre nós quando eu amamento”. O casal diz que não acha a amamentação de um adulto estranha. “Se gostamos e nos deixa felizes, então isso é o principal. Nós somos felizes juntos. Há um grande problema em julgar outras pessoas por meio de uma única ação”, declarou Shawn.

Para ele, a amamentação na idade adulta é um tabu: “Acham que talvez não seja necessário, mas o leite é muito nutritivo e é feito para nós. Eu realmente gosto do leite da Lana”. Ao Daily Mail, Shawn deu mais detalhes do que ele e Lana sentiram com a prática: “Quando começamos, era um pouco diferente. Obviamente, não é algo que todo mundo faz. Mas porque temos a mente realmente aberta, nós apenas tentamos e parecia normal e natural. A conexão que você consegue com isso é incrível”.

No entanto, a atitude do casal, conforme informações divulgadas pelo Daily Mail, recebeu diversas críticas, principalmente porque algumas pessoas acham que os dois estão sexualizando a amamentação,  já que muitas mulheres são julgadas por amamentar seus bebês em público.

Atitude polêmica 

Lactação erótica ou “amamentação” de homens adultos. A prática duvidosa e polêmica relatada por Lana e Shawn tem nome e, ao que tudo indica, é mais comum do que parece. Existem sites como o dreamsofmilk e lactation.wiki com fóruns exclusivamente dedicados a responder dúvidas sobre o assunto. Adultos que se declaram adeptos recebem críticas na internet, já que associar a amamentação ao erotismo torna a vida das mães ainda mais difícil. Sexualizar o ato natural de oferecer o melhor alimento do mundo para os bebês deixa as mulheres ainda mais vulneráveis quando o assunto é amamentação em público por exemplo.

As declarações e reportagens sobre o assunto têm gerado revolta em grupos de mães na internet. E com razão. Não são poucas as denúncias de fotos de mães amamentando que vão parar em sites com contextos pornográficos. A luta pelo direito de amamentar em público também esbarra na questão da associação do aleitamento com o sexo. Vale lembrar que o objetivo principal dos seios femininos é a amamentação e não o prazer masculino. “As mamas são importantes zonas erógenas da mulher. No entanto, no período de aleitamento, elas se tornam uma fonte de alimento para o bebê e devem ser exclusivamente dele, inclusive para evitar o risco de contaminação”, explica a ginecologista, sexóloga e colunista da CRESCER, Carolina Ambrogini (SP).

 

Fonte: Crescer
Créditos: Crescer