'leite lunar'

Arqueólogos encontram, na China, resíduos de creme facial de 2,7 mil anos

O resíduo encontrado pelos arqueólogos era feito de gordura adiposa de ruminantes combinada com a substância do "leite lunar" das cavernas, que tem sido usada para clareamento da pele

Arqueólogos encontraram resíduos de uma substância — datada do período chamado Primavera e Outono, entre os anos 770 e 476 a.C — contida num pequeno recipiente de bronze, guardado dentro da tumba M49 do sítio Liujiawa, no condado de Chengcheng, província de Shaanxi, no Noroeste da China. O que chamou a atenção da equipe foi a posterior descoberta de que tal produto, considerado raro, era utilizado como creme facial pelos homens da aristocracia. O anúncio foi feito pelos pesquisadores na última sexta-feira, dia 5, conforme divulgou o portal de notícias chinês “Global Times” nesta terça-feira, dia 9.

A equipe da Universidade da Academia Chinesa de Ciências envolvida na escavação acredita que o material analisado, de 6 gramas e 2,7 mil anos, pode ser um dos primeiros cosméticos masculinos do país. Os cientistas ressaltaram que outros objetos semelhantes foram achados naquela mesma província, mas também na província de Shandong, no Leste da China. De acordo com os autores do estudo, tais recipientes representavam o status de quem utilizava seu produto cosmético, além e mostrarem a importância da indústria de beleza durante o período histórico Primavera e Outono.

O resíduo encontrado pelos arqueólogos era feito de gordura adiposa de ruminantes combinada com a substância do “leite lunar” das cavernas, que tem sido usada para clareamento da pele.

“É chamado de ‘leite lunar’ no contexto geológico e o resíduo era feito da substância do leite lunar misturada com gordura de boi. A substância é de cor branca; os dois juntos foram usados ​​por pessoas antigas para clarear sua pele”, explicou Yang Yimin, chefe de uma equipe de pesquisa da universidade ao “Global Times” nesta terça-feira.

O projeto arqueológico foi publicado recentemente na revista acadêmica Archaeometry, intitulado “A ascensão da indústria cosmética na China antiga: percepções de um creme facial de 2.700 anos”.

“De acordo com, principalmente, os objetos de sepultamento que foram descobertos na tumba, investigamos se o creme facial deveria pertencer à aristocracia masculina da época. Os dados que você observa usando seus olhos podem às vezes ser insuficientes; nós, portanto, usamos métodos tecnológicos para fazer mais explorações, como a análise de ingredientes e questões cronológicas”, acrescentou Yang. “Esses recipientes de bronze foram descobertos em cerca de dez outros lugares na China. Juntos, eles simbolizam a natureza industrial dos cosméticos nos tempos antigos”.

Fonte: Extra
Créditos: Extra