Nova realidade política favorece Adriano Galdino na Assembleia - Por Josival Pereira

Um experiente deputado, que já participou de articulações para composição de três Mesas Diretoras diferentes na Assembleia Legislativa, avalia, com cautela, que ainda é cedo para falar em decisões e estima que haveria apenas 24 ou 25 parlamentares com posições definidas e que 12 ou 11 ainda estariam abertos a negociações ou negociatas.

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Um experiente deputado, que já participou de articulações para composição de três Mesas Diretoras diferentes na Assembleia Legislativa, avalia, com cautela, que ainda é cedo para falar em decisões e estima que haveria apenas 24 ou 25 parlamentares com posições definidas e que 12 ou 11 ainda estariam abertos a negociações ou negociatas.
Pode ser. Desde sempre, as eleições para diretorias de órgãos colegiados são complicadas. Muitas eleições na própria Assembleia e em Câmaras Municipais são definidas de última hora, às vezes, por um voto. Nestes casos, quase sempre por traição de parlamentares que juravam fidelidade de pés juntos. É muito feio, mas essa tem sido a prática na Paraíba e outros Estados brasileiros.
Apesar de ainda ser muito cedo, a movimentação em torno do nome do deputado Adriano Galdino tem elementos para se consolidar.
Começa com a reeleição do governador Ricardo Coutinho e sua disposição de construir uma bancada majoritária na Assembleia. A oposição ficou sem perspectiva de poder e, assim, o costume tem sido o da adesão em bandos ao governo.
Além disso, apesar de a oposição ter elegido mais de 20 parlamentares, cerca de meia dúzia integra partidos pequenos e que não têm vinculação consolidada com o senador Cássio Cunha Lima. São os governistas em qualquer circunstância.
Acrescente-se a isso, o fato do deputado Adriano Galdino ser \”maneiro\” em articulações de bastidores. Reúne características do velho jeito de fazer política com a força do governo.
Outra é que o deputado Adriano Galdino parece gozar da confiança do governador Ricardo Coutinho. Confiança conquistada por ter aceitado participar de várias articulações do socialista, inclusive com a licença ao mandato para ocupação de cargos esvaziados no governo, sem contestação.
Registre-se ainda, como fato importante na movimentação em favor de Galdino, o anúncio dos apoios de Edmilson Soares, Branco Mendes e João Henrique, parlamentares que formavam no batalhão de choque do presidente Ricardo Marcelo. São adesões que podem desestimular traições dos parlamentares mais volúveis.
Mas o deputado Adriano Galdino não pode cantar de galo antes do amanhecer. Além de ter que enfrentar profissionais do ramo, que dominam a bem azeitada estrutura da Assembleia, não pode esquecer que muitos parlamentares têm medo do tratamento do governador Ricardo Coutinho. Muitos temem viver quatro anos de seca no Legislativo caso o novo presidente seja totalmente alinhado ao governador.
Pena que se monte, com muita antecedência, a composição da Mesa da Assembleia sem se discutir o papel do Legislativo nem uma pauta de temas em favor da Paraíba.

por Josival Pereira