Alerta

SILENCIOSA E PERIGOSA: hipertensão entre jovens cresce e acende alerta para hábitos de vida; confira

Foto: Marcelo Júnior / Polêmica Paraíba
Foto: Marcelo Júnior / Polêmica Paraíba

Tradicionalmente associada a pessoas mais velhas, a hipertensão arterial — ou pressão alta — vem se tornando um problema de saúde cada vez mais comum entre os jovens brasileiros. Silenciosa e perigosa, a doença pode causar complicações graves como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, comprometimento dos rins e até problemas cognitivos, especialmente se não for identificada e tratada precocemente.

Segundo o Ministério da Saúde, entre 2006 e 2016, mais de 489 mil mortes no Brasil foram causadas por complicações da hipertensão. Embora os números costumem incluir majoritariamente adultos, especialistas vêm alertando para o avanço do problema em faixas etárias mais jovens, incluindo adolescentes e até crianças.

O que está causando a hipertensão em jovens?

Diversos fatores contribuem para o aumento dos casos de pressão alta entre os mais jovens. A hereditariedade tem peso importante: filhos de pais hipertensos têm mais chance de desenvolver a condição. Mas o estilo de vida tem sido o grande vilão.

O aumento do sedentarismo, a má alimentação — com alto consumo de sal e alimentos ultraprocessados —, a obesidade, o estresse, o tabagismo e a falta de atividades físicas regulares formam um conjunto perigoso. Além disso, há casos de hipertensão secundária, ligada a outras doenças como problemas renais ou distúrbios hormonais.

Sem sintomas, mas com riscos reais

A hipertensão é conhecida como “doença silenciosa” porque, na maioria das vezes, não apresenta sintomas evidentes. Em alguns casos, jovens podem relatar dor de cabeça, irritabilidade ou dificuldades para dormir, mas esses sinais não são específicos e muitas vezes passam despercebidos. O perigo é que, mesmo sem sintomas, a pressão elevada já pode estar causando danos ao coração, rins, olhos e cérebro.

“É fundamental que os jovens — e seus pais — estejam atentos. Não esperar os sintomas aparecerem é essencial, porque quando eles surgem, muitas vezes o organismo já está comprometido”, alertam os especialistas.

Diagnóstico e prevenção

A pressão arterial é considerada alta quando atinge ou ultrapassa 140/90 mmHg. O diagnóstico não deve se basear apenas na aferição em consultório, pois fatores como ansiedade podem interferir no resultado. Exames complementares como a MAPA (monitoramento ambulatorial) e a MRPA (monitoramento residencial) ajudam a confirmar o diagnóstico.

A pessoa pode se prevenir desde cedo adotando uma alimentação equilibrada, praticando exercícios regularmente, controlando o peso, moderando o uso de sal e abandonando o cigarro.

Um alerta para o futuro

Tratar a hipertensão na juventude é proteger o corpo para as próximas décadas. Se não controlada, a doença pode levar a complicações sérias ainda na vida adulta, comprometendo a qualidade de vida e aumentando o risco de morte prematura.

Por isso, a recomendação dos profissionais de saúde é clara: jovens devem adotar hábitos saudáveis desde cedo, realizar exames periódicos, especialmente se tiverem histórico familiar, e procurar orientação médica diante de qualquer suspeita.