Repercussão

Felca revela sofrer de fobia social após histórico de bullying; psicóloga explica o transtorno

Foto: divulgação
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Após a grande repercussão das denúncias feitas contra o influenciador Hytalo Santos, o youtuber Felca, além disso, trouxe à tona uma questão pessoal que chamou a atenção do público: ele revelou ter desenvolvido fobia social como consequência de experiências de bullying vividas no passado. Dessa forma, a confissão expôs não apenas a dor individual, mas também a importância de discutir um transtorno ainda pouco compreendido pela sociedade.

Mas, afinal, o que é fobia social? Embora seja um termo já bastante ouvido, muitas pessoas não sabem exatamente do que se trata. Para esclarecer, o Polêmica Paraíba conversou com a psicóloga clínica Karla Azevêdo, que destacou os sinais, impactos e formas de tratamento desse quadro.

Segundo a especialista, é preciso diferenciar a timidez de um transtorno.

“A timidez é uma característica de personalidade, mas a fobia social (transtorno de ansiedade social) implica sofrimento intenso e prejuízo funcional”, explicou Karla.

Sinais e comportamentos de alerta

Alguns sintomas que podem indicar a presença da fobia social são:

  • Ansiedade antecipatória antes de situações sociais;
  • Medo excessivo de ser julgado, humilhado ou rejeitado;
  • Evitação de interações cotidianas, como apresentações, reuniões ou conversas com desconhecidos;
  • Sintomas físicos marcantes, como taquicardia, sudorese, tremores e rubor facial;
  • Impactos diretos na rotina, como recusa escolar, dificuldades em fazer amigos ou perda de oportunidades profissionais.

Impacto na vida pessoal e profissional

De acordo com a psicóloga, o transtorno pode limitar fortemente diferentes áreas da vida.

“Na vida acadêmica, a pessoa pode ter dificuldade de expor ideias ou apresentar trabalhos. Na profissional, pode perder oportunidades por evitar entrevistas, reuniões e cargos de liderança. Já nos relacionamentos pessoais, é comum o isolamento, a baixa autoestima e a dificuldade em iniciar vínculos”, destacou.

Essas barreiras podem criar um ciclo de exclusão social e estagnação, reforçando sentimentos de inadequação.

Caminhos para o tratamento

A boa notícia é que a fobia social pode ser tratada. Nesse sentido, a psicoterapia é considerada fundamental para trabalhar a origem dos medos, os pensamentos distorcidos e desenvolver habilidades sociais. Além disso, em casos mais graves, o tratamento pode incluir medicação prescrita por psiquiatras, como ansiolíticos e antidepressivos.

Para Karla Azevêdo, a busca por ajuda profissional é essencial.

“É possível aprender a lidar com a ansiedade social e recuperar a qualidade de vida. Quanto antes houver intervenção, melhores os resultados”, concluiu.

Grupos de apoio: por exemplo, favorecem o contato gradual com situações sociais em um ambiente acolhedor.
Estrategias praticas: além disso, incluem técnicas de respiração, mindfulness, treino de exposição gradual e autocuidado, como sono adequado, alimentação balanceada e exercícios físicos.

Com tratamento adequado, muitas pessoas conseguem reduzir sintomas significativamente e retomar suas atividades com maior autonomia.