
Brasil — Um estudo internacional, publicado em 2021 pela revista científica Lancet, revelou que homens e mulheres jovens adoecem de formas diferentes. As mulheres tendem a sofrer mais com doenças que causam dor e incapacidade, como enxaqueca e depressão. Já os homens são mais afetados por doenças que levam à morte, como infarto, COVID-19 e ferimentos provenientes de acidentes.
Mulheres: mais dores e transtornos emocionais
Entre as doenças que mais atingem as mulheres jovens, destacam-se:
- Dor lombar
- Depressão e ansiedade
- Enxaquecas
O médico Dr. Aníbal Marcolino, que atua em João Pessoa, destaca que a questão hormonal influencia muito a saúde feminina, com anticoncepcionais podendo causar varizes e, mais tarde, a menopausa trazendo sintomas como irritabilidade, insônia e queda de libido.
Sobre sua experiência clínica ele, observa:
“A ansiedade e a depressão são cada vez mais comuns em jovens, tanto homens quanto mulheres. A insônia e o uso exagerado de telas contribuem para isso”.
Homens: mais doenças que levam a morte
Já entre os homens, os maiores vilões são:
- Infarto agudo do miocárdio
- Ferimentos de acidentes de trânsito
- Doenças do fígado e pâncreas, muitas vezes ligadas ao álcool
Segundo Dr. Aníbal, os homens têm maior mortalidade porque demoram mais a buscar atendimento médico.
“As mulheres se cuidam mais. Os homens só vão ao consultório quando já estão com sintomas graves.
Comportamentos de risco
O aumento do consumo excessivo de álcool entre jovens, uma tendência que se intensificou nos últimos anos, especialmente entre as mulheres, tem sido um dos principais fatores. Comportamentos de risco, como o uso de vapes, cigarro e bebidas alcoólicas em excesso, têm levado a quadros graves como bronquite, pancreatite e até câncer em jovens adultos. O médico destaca que esses comportamentos podem inclusive contribuir para o agravamento de distúrbios mentais como ansiedade e depressão.
Prevenção:
Para evitar essas doenças, algumas ações são fundamentais:
- Fazer exames de rotina regularmente
- Evitar o uso excessivo de anabolizantes e bebidas alcoólicas
- Cuidar da alimentação e do sono
- Reduzir o estresse com atividades físicas moderadas
- Consultar médicos ao menor sinal de dor ou desconforto persistente
Dr. Aníbal ainda chama atenção para o uso crescente de ansiolíticos e antidepressivos entre os jovens.
“Hoje, mesmo em atendimentos cirúrgicos, muitos pedem receitas para dormir ou se acalmar. Isso mostra que precisamos falar mais sobre saúde mental.”