O chef de cozinha e apresentador Edu Guedes, de 51 anos, passou por uma cirurgia de emergência após ser diagnosticado com câncer de pâncreas, descoberto durante a internação para tratar uma infecção causada por cálculo renal. O caso reacendeu o debate sobre a gravidade dessa doença, conhecida pelo comportamento agressivo e pelo diagnóstico tardio.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pâncreas representa cerca de 5% das mortes por câncer no Brasil, com média anual de 10.980 casos. A doença tem alta letalidade, principalmente porque costuma ser descoberto em fases avançadas.
De acordo com o oncologista Rivaldo Serrano, o câncer de pâncreas é de difícil detecção porque, nos estágios iniciais, quase não apresenta sintomas. Quando os sinais aparecem, geralmente incluem dor abdominal, perda de peso, icterícia (pele amarelada) e dor lombar.
“Nos casos iniciais, ele não costuma dar sintomas. Geralmente, quando a lesão começa a crescer ou dependendo da localização, evolui com dor abdominal, perda de peso, icterícia e dor lombar”, explicou o especialista.
O médico também destaca que tabagismo, obesidade, diabetes de início recente, pancreatite crônica e histórico familiar estão entre os principais fatores de risco. Ele alerta que, embora não exista um exame de rastreio indicado para toda a população, há medidas preventivas eficazes.
“Sempre aconselhamos manter uma alimentação saudável, parar de fumar, praticar atividade física, controlar o diabetes e o peso corporal”, orienta Serrano.
O oncologista ainda ressaltou que os tratamentos vêm evoluindo, com cirurgias mais seguras, quimioterapias eficazes, terapias-alvo e imunoterapia. Em casos mais específicos, já se estuda o uso de abordagens personalizadas, com base no perfil genético do tumor.
Para pessoas com histórico familiar ou síndromes genéticas associadas, o especialista recomenda acompanhamento em centros especializados, com exames de imagem e avaliação constante.