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Vice-presidente do PSDB cobra que Doria assuma pré-candidatura

Vice-presidente do PSDB nacional, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman cobrou nesta sexta-feira que o prefeito João Doria (PSDB) assuma se é pré-candidato à Presidência da República

SÃO PAULO – Vice-presidente do PSDB nacional, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman cobrou nesta sexta-feira que o prefeito João Doria (PSDB) assuma se é pré-candidato à Presidência da República. É a primeira vez que um dirigente tucano exige um posicionamento público do prefeito, verbalizando uma irritação crescente nos bastidores do partido em São Paulo.

A cobrança veio em um vídeo publicado na internet por Goldman com o título “Nove meses, e o prefeito ainda não nasceu”. Nele, o ex-governador, uma das vozes mais críticas a Doria no PSDB, acusa o prefeito de abandonar a cidade, dirigir licitações e não governar para os mais pobres.

— Prefeito nós não temos. Temos um candidato a presidente da República e é preciso que o prefeito assuma de uma vez por todas o que ele quer. Quer ser presidente ou prefeito? Se quer ser prefeito comece a ser. Pare de simplesmente fazer cena — diz Goldman.

Doria disputa a vaga de presidenciável do PSDB com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. No entanto, ele ainda não se declarou publicamente pré-candidato. Há preocupação com o desgaste de imagem que uma declaração poderia causar a ele, a menos de um ano de governo. Já kmin se apresentou para o posto em março.

Na gravação, Goldman faz críticas à gestão de Doria. Ele afirma que a melhoria dos serviços municipais prometida na campanha não tem chegado aos bairros mais pobres. Na saúde, ele destaca que a fila para a realização de exames médicos voltou a crescer. O mutirão para acabar com a espera na saúde foi uma das bandeiras de campanha de Doria. Em abril, a prefeitura anunciou que havia zerado a demanda por exames da gestão anterior.

— Na saúde, eu vi hoje que no Grajaú, um dos bairros mais pobres da cidade, filas imensas nos postos de saúde e hospitais. A fila de exames ele, de fato, terminou no começo da gestão, mas uma nova formou-se da mesma dimensão da que havia antes. Se vestir de gari ou manipular um carrinho de cimento uma vez por semana não é ser prefeito. Isso poderia ser aceito se ao lado disso estivesse sendo feito os serviços como deveriam ser feitos. É para as regiões mais pobres que o prefeito precisa existir.

Os resultados prometidos por Doria para a cidade em suas viagens são questionados por Goldman. Ele diz que a postura do prefeito, percorrendo o país para viabilizar uma candidatura em 2018 meses após ter assumido a prefeitura, coloca em xeque o discurso que o elegeu de que não é político.

— Ele é político sim e dos piores que tivemos em São Paulo. Não está trazendo nada (as viagens).

Goldman também ataca a fama de gestor do prefeito tucano, acusando-o de dirigir licitações.

— Ele promove licitações e o Tribunal de Contas do Município constata, e a última delas foi para o serviço de varrição, que acabou cancelada, que os editais estão pré-determinados e dirigidos para as empresas que vão ganhar. Esse é o homem que se diz puro, limpo e gestor.

Há dois dias, o TCM suspendeu a publicação do edital da licitação para contratar serviços de varrição para as ruas da cidade. O órgão questionou o modelo escolhido pela prefeitura para a disputa. A gestão Doria propôs que a contratação seja feita por concorrência pública. O tribunal quer saber por que não optaram pelo pregão eletrônico, reconhecido como mais rápido e mais econômico.

Fonte: Extra