Politização da vacina

VACINA POLÍTICA: Bolsonaro e Doria correm para 'tirar primeira foto', após Anvisa aprovar imunizantes

Adversários políticos, governador de São Paulo e o presidente travam uma disputa para garantir a primeira foto da vacinação no Brasil

Após o desgaste do Governo Federal, Doria saiu na frente. O governador concedeu coletiva neste domingo (17) e afirmou que a vacinação deve começar o mais rápido possível. Mais do que isso: São Paulo já vacinou a primeira pessoa no Brasil.

A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ela recebeu o imunizante Coronavac, desenvolvido no país pelo Instituto Butantan, no Hospital das Clínicas de São Paulo.

Doria garantiu ainda que doses da vacina serão enviadas para amenizar a crise em Manaus.

Segundo informações que o Polêmica Paraíba teve acesso, Doria planeja realizar uma cerimônia com fotos da vacina do Butantan já nesta segunda (18) e antecipar a vacinação em São Paulo, marcada para o dia 25, já que o ministro Pazuello fixou o “Dia D” como a próxima quarta (20).

Cerimônia com Bolsonaro

O Palácio do Planalto estuda desde quarta-feira (13) organizar uma cerimônia no dia 19 de janeiro, com a presença do presidente Bolsonaro (sem partido), para anunciar o início da vacinação em todo país.

Como a data é anterior ao calendário anunciado pelo governador de São Paulo, 25 de janeiro, João Doria (PSDB) avalia qual a melhor estratégia para garantir que será o primeiro a anunciar o início da vacinação após o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em dezembro, Doria chegou a anunciar que a vacinação no Estado de São Paulo iria ocorrer no dia 25 de janeiro. O anúncio pressionou o governo federal a correr atrás de uma data nacional. Nos bastidores, governo de São Paulo e governo federal correm para garantir a primeira foto da vacinação no Brasil.

Bolsonaro não queria dar “palanque” para João Doria – seu adversário político em 2022 – por isso, cobrou uma data do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Com o aval deste domingo, Doria estudou um cenário para se antecipar à cerimônia de terça-feira no Palácio do Planalto – e conseguiu (veja mais abaixo).

No governo federal, um entrave para o peso que assessores querem dar para a estratégia de bater a primeira foto: o fato de o presidente Bolsonaro ter colocado em dúvida o tempo todo a eficiência das vacinas, além de repetir que, por ter sido contaminado, não precisa se vacinar. Ou seja: na contramão de líderes mundiais, como Joe Biden e Kamala Harris, Bolsonaro não sairia na foto sendo vacinado, como exemplo para a população de que apoia a vacinação.

Caos em Manaus contribuiu para governo reavaliar cerimônia

Diante do colapso na saúde pública em Manaus, assessores presidente têm defendido, desde quinta-feira (14), que a cerimônia de anúncio da vacinação no Palácio do Planalto, que está sendo planejada para a próxima semana, seja reavaliada.

Diante do agravamento da crise em Manaus, assessores presidenciais afirmaram que o evento está sendo reavaliado, já que não há “clima” para um evento com caráter festivo em meio à tragédia no Amazonas.

*Com informações do Blog da Andréia Sadi e Samuel de Brito

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba