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Trâmite da reforma trabalhista pode ser desacelerada no Senado

O vice-presidente da Casa, Cássio Cunha, sugeriu que o texto passe por mais uma comissão, a CCJ, além das outras que já estavam previstas

A articulação do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), fez o governo recuar e aceitar uma tramitação mais lenta para a reforma trabalhista na Casa. O vice-presidente da Casa, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), propôs um acordo à oposição nesta quarta-feira (3/4) para que a proposta também passe pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – além da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e de Assuntos Econômicos (CAE) que já haviam sido acordadas.

Para fechar o acordo, a oposição teria que desistir dos requerimentos apresentados no plenário pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) pedindo que o texto tramite em um quarto colegiado: a Comissão de Direitos Humanos (CDH), comandada pela senadora Regina Sousa (PT-PI). Os oposicionistas, entretanto, ainda avaliam a proposta. Eles consideram que o governo só mudou de ideia por considerar que não possui votos suficientes para derrotá-los.

Ontem, apesar de protestos da oposição, Cássio informou os líderes que o projeto passaria simultaneamente pela CAS e pela CAE. O Palácio do Planalto tentava evitar a CCJ, presidida por um dos principais aliados de Renan, senador Edison Lobão (PMDB-MA), que seria responsável por indicar o relator da matéria. Dessa forma, além de atrasar a tramitação do texto, Lobão poderia eleger um senador para o cargo alinhado ao peemedebista, que defende mudanças no texto.

Nesta quarta-feira, Renan voltou a criticar a reforma trabalhista durante reunião com as centrais sindicais no Senado. “Vamos conversar com quem for, os trabalhadores precisam ser ouvidos. Mas não podemos permitir que esse desmonte se faça no calendário que essa gente quer”, declarou. Ele cumprimentou líderes sindicais pela greve geral da última sexta-feira contra as medidas econômicas defendidas pelo governo e se colocou à disposição para encaminhar “propostas consensuais”.

Fonte: Metrópoles