Polêmica

Secretário da Seap defende vacinação de presos e rebate acusações de Walber Virgolino sobre caso do arroz: "Inconsequente e irresponsável"

Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta quarta-feira (9), o secretário tenente coronel Sérgio, à frente da secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap), criticou as desinformações e acusações feitas pelo deputado estadual Walber Virgolino (Patriota) acerca do tema polêmico envolvendo a entrega de uma carga de arroz roubada para a Seap. Sérgio também falou sobre a vacinação contra a Covid-19 e defendeu a prioridade de pessoas privadas de liberdade à frente de outros grupos e classes prioritárias.

Sobre a polêmica envolvendo a carga de arroz, Sérgio lembrou que a Seap suspendeu o contrato com o fornecedor que havia vencido processo licitatório. Na última semana, foram entregues cerca de 21 toneladas de arroz que seriam distribuídas para refeição nos presídios. A carga, no entanto, foi identificada pela polícia paraibana como sendo roubada no estado de Pernambuco. Na entrevista, Sérgio explicou o episódio e criticou a maneira como o deputado Walber Virgolino abordou o tema nas redes sociais, o chamando de “irresponsável”.

“Esse arroz foi comprado, de forma lícita pela secretaria. Existe uma licitação e esse fornecedor ganhou. Segundo ele, ele comprou essa carga de um depósito do município de Sapé, e esse arroz foi entregue no almoxarifado da Seap. Nós temos uma comissão de recebimento de materiais, que é composta por cinco servidores, e esse arroz, na hora de ser avaliado por esta comissão, foi visto uma não conformidade com o que constava no contrato. A marca não era a mesma do contrato”, explicou.

“Nesse caso específico, essa carga chega no último dia 2 pela manhã, e à tarde, nós fomos avisados pelo secretário de Segurança, Jean Nunes, que a polícia civil investigava uma carga de arroz que poderia estar no almoxarifado da secretaria de Administração Penitenciária, pois teria sido roubada no estado de Pernambuco. Nós abrimos o almoxarifado, deixamos que os policiais civis investigassem e realmente estava lá na secretaria”, finalizou.

Sobre as declarações de Walber, que chamou os servidores do estado de “vagabundos”, inclusive exigindo uma “CPI do Arroz”, Sérgio classificou a atitude do deputado como “inconsequente e irresponsável”.

“Eu considero extremamente irresponsável a fala do deputado. Além de deputado, ele é delegado de polícia e sabe que não devemos e nem podemos fazer o pré-julgamento de uma situação sem antes saber ou conhecer realmente sobre o assunto. Como deputado, o delegado é um formador de opinião, e quando se utiliza das redes sociais para fazer acusações contra servidores públicos, o deputado acaba assassinando reputações. Isso no mínimo é inconsequente e irresponsável”, disse.

“Eu classifico ele como um irresponsável, sobretudo na maneira como utiliza as suas palavras […]. Eu conheço o deputado Walber há mais de 15 anos. Ele conhece minha conduta. E querer utilizar um fato desses que aconteceu na secretaria que eu represento para atingir o governo do estado foi no mínimo deselegante comigo. Acho até que foi um golpe muito baixo”, continuou.

Vacinação de pessoas presas

Alvo de críticas por parte da população e de categorias de profissionais que desejam ter prioridade na imunização contra a Covid-19, o secretário Sérgio defendeu a posição prioritária em que se encontram as pessoas privadas de liberdade no Plano Nacional de Imunização (PNI).

“Eu fico com a leitura dos cientistas, das pessoas que entendem da área de saúde. Esse plano foi feito pelo ministério da Saúde e o ministério classificou os reeducandos, a população carcerária, como prioritários […]. Eu acho que é importante, não deixa de ser um grupo vulnerável”, defendeu.

Ele disse que em João Pessoa, por exemplo, reeducandos com com mais de 60 anos e com comorbidades já começaram a ser vacinados.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba