A discussão sobre justiça tributária voltou a ganhar força no Brasil com a nova proposta de autoria do deputado federal Ruy Carneiro. A iniciativa do parlamentar prevê o aumento de impostos para os super-ricos, direcionada para quem recebe acima de R$ 1,2 milhão por ano, cerca de R$ 100 mil por mês.
“O Brasil precisa parar de punir quem ganha pouco, principalmente os mais pobres e a classe média. Estou propondo que quem recebe acima de R$ 1,2 milhão por ano pague mais. Defendo que essa escala seja maior, como acontece em vários países desenvolvidos. Não é aceitável manter um modelo onde o mais penalizado é sempre o trabalhador e a classe média”, afirmou Ruy.
A emenda ao Projeto de Lei nº 1.087/2025 pretende criar uma alíquota progressiva, que varia de 10% a até 30% para quem recebe esses super salários. O deputado já está coletando assinaturas para que o debate avance na Câmara dos Deputados e é necessário o aval de 103 parlamentares. Segundo ele, a iniciativa busca corrigir uma distorção histórica do sistema tributário brasileiro.
“Essa atualização é extremamente pertinente. Hoje o Brasil é injusto na forma de cobrar impostos: um ultramilionário paga, proporcionalmente, muito menos do que a maioria dos trabalhadores. Para custear a desoneração de quem ganha menos, é preciso buscar recursos onde há sobra, entre os que sempre foram beneficiados”, reforçou.
A proposta complementa outra medida já em andamento, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e reduz a carga de quem recebe até R$ 7 mil.
Estudos do Ministério da Fazenda revelam que o 1% dos rico paga, em média, 4,2% de imposto sobre seus rendimentos, enquanto o 0,01% de super-ricos chega a pagar 1,75% . O modelo proposto reduz desigualdades, mantém previsibilidade e fixa um teto de 30%, índice menor que o aplicado na maioria dos países da OCDE, onde as alíquotas chegam a ultrapassar 50%.
Assessoria